O sistema de comunicação por luz visível – VLC (Visible Light Communication) já é realidade no mercado e possui um imenso potencial de expansão com as futuras redes de comunicações móveis.
“O interesse por esse sistema foi retomado nos últimos anos devido às vantagens de altíssima velocidade e robustez à interferência eletromagnética”. Foto: Divulgação/Inatel
Atualmente, com o distanciamento social provocado pela pandemia de Covid-19, ficou mais evidente o uso de dispositivos conectados e a importância das telecomunicações, seja para trabalho, estudo e/ou lazer.
Por conta disso, em todo o mundo o consumo de dados aumentou consideravelmente em 2020 e acelerou a virtualização de muitos setores. A tendência é que esta realidade permaneça nos próximos anos, com crescimento exponencial das aplicações on-line, principalmente de vídeo.
No Inatel (Instituto Nacional de Telecomunicações), pesquisadores do Laboratório WOCA (Wireless and Optical Convergent Access) conseguiram transmissões utilizando o padrão pré-estabelecido para as redes de 5ª geração com velocidades de até 20 Gbps para o usuário final.
“O primeiro experimento de VLC no mundo foi realizado por Alexander Graham Bell, em 1880, nos Estados Unidos. O interesse por esse sistema foi retomado nos últimos anos devido às vantagens de altíssima velocidade e robustez à interferência eletromagnética, por ser baseada em luz”, pontua o coordenador do Laboratório WOCA, Professor Doutor Arismar Cerqueira Sodré Junior.
Ainda de acordo com ele, testes nos laboratórios do Inatel já visam as futuras redes de sexta geração, o 6G, previsto para 2030, com velocidade que pode chegar até 1 Tbps, milhares de vezes mais que a vazão atual de dados para o usuário.
“Economia de energia – já que utiliza luz de LED para iluminação e transmissão de dados – e maior segurança, já que o feixe de luz não atravessa parede. Assim, não há a ameaça da rede ser invadida. Outra vantagem é que o sistema pode ser utilizado em ambientes restritivos à transmissão por radiofrequência, como aeronaves e hospitais”, destaca o pesquisador Marco Aurélio de Oliveira, ao comentar sobre as vantagens do sistema.
Com relação à aplicação na comunicação entre chips, Arismar cita que será muito utilizada no 6G, e a Internet utilizando as próprias redes de energia elétrica, conhecida como PLC (Power Line Communication), em conjunto com o VCL.
Em dezembro, o Inatel por meio do Centro de Referência em Radiocomunicações (CRR) criou o Projeto Brasil 6G, apoiado pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), que estabeleceu parceria com o 6G Flagship Project, da Universidade de Oulu, na Finlândia, líder mundial das pesquisas nas futuras redes de comunicações móveis.
Esta post foi modificado pela última vez em 27 de julho de 2020 20:00