Os planetas intitulados “Super Terras quentes” podem ser particularmente brilhantes para os cientistas que os observam e os pesquisadores já haviam assumido que essa característica marcante acontece porque a luz das estrelas reflete nos vastos oceanos de lava e vidro presentes na superfície desses exoplanetas. No entanto, o motivo para tanto brilho pode ser outro.

As Super Terras quentes são exoplanetas rochosos, escaldantes, menores que gigantes gasosos, localizados pertos de suas estrelas e que exibem uma atmosfera relativamente fina. Contudo, são enormes se comparados a nossa Terra, sendo de duas a dez vezes maiores.

Em um estudo publicado na revista científica Astrophysical Journal, cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês) sugerem que as Super Terras quentes são tão brilhantes graças às nuvens reflexivas que se formam em suas atmosferas ricas em metais.

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Simulação da superfície e da atmosfera de uma Super Terra quente. Imagem: iStock

Ainda que a hipótese dos oceanos de lava e vidro tenha sido largamente aceita, não havia evidências para sustentá-la. Foi então que os pesquisadores do MIT construíram miniaturas de Super Terras quentes ao derreter rochas no laboratório para calcular o quão brilhante a lava e o vidro ficariam. O resultado foram bolas escaldantes proporcionalmente menos brilhantes do que o esperado se comparadas ao brilho emitido pelos exoplanetas reais.

“Não temos 100% de certeza do que esses planetas são feitos, então estamos estreitando o espaço dos parâmetros e orientando estudos futuros para todas essas outras opções em potencial”, explicou Zahra Essack, estudante do MIT que trabalhou na pesquisa.

O estudo conduzido pelos cientistas do MIT também não resultou em provas para a existência de nuvens ricas em metais, mas sugeriu que deve haver algo mais por trás da luminosidade anormal das Super Terras quentes – e a atmosfera parece ser um bom caminho para descobrir o motivo.

“Ainda temos muito a entender sobre esses planetas do oceano de lava”, disse Essack. “Nós pensamos nelas apenas como bolas de rocha brilhantes, mas esses planetas podem ter sistemas complexos de processos superficiais e atmosféricos bastante exóticos, e não algo que já vimos antes”, completou.

Via: Futurism