Desde que a pandemia de coronavírus se espalhou, diversas empresas viram suas receitas diminuírem muito enquanto os gastos continuaram iguais. Por conta disso, a negociação de redução salarial foi a arma de muitas delas, mas algumas não conseguiram chegar a um acordo com seus funcionários, e as medidas tiveram que ser mais radicais. Esse é o caso da Latam.

Na última sexta-feira (31), a companhia aérea anunciou um plano de demissão voluntária já que, pelo fracasso nas negociações, será obrigada a demitir, “no mínimo”, 2,7 mil tripulantes. O número equivale a 38% do total. A decisão foi tomada depois que a Latam quis um acordo para uma redução permanente do salário e da jornada do trabalho. Cerca de 90% dos tripulantes foram contra.

ReproduçãoSetor de aviação civil foi um dos mais afetados pela pandemia. Foto: iStock

Além de anunciar um plano de demissão voluntária, a companhia afirmou que, caso não tenha adesão suficiente, irá cortas funcionários que não tenham se inscrito no plano. “A empresa abrirá o processo de pedido de demissão voluntária que deverá ocorrer até 4 de agosto, após essa data será iniciado os desligamentos de no mínimo dois mil e setecentos tripulantes”, afirmou em nota.

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Crise no setor

O setor da aviação civil foi um dos mais afetados pela crise causada pela pandemia. Em junho, a demanda de voos domésticos teve queda de 85% em comparação com o mesmo mês em 2019. A oferta caiu 83,6% no mesmo período.

No início, um acordo entre companhias e tripulantes garantiu uma estabilidade até junho. Depois, porém, as negociações passaram a serem feitas por cada empresa, de forma separada. A Gol conseguiu a aprovação para uma proposta de 18 meses de estabilidade com redução de salários e carga horária. Já a Azul conseguiu uma redução salarial de 45%, que vai diminuindo progressivamente até o fim de 2021. Sem acordo com seus tripulantes, a Latam decidiu pelas demissões.

Emirates vai pagar tratamento de passageiros

A crise no setor não afetou apenas as companhias brasileiras. Para tentar se recuperar da crise, a Emirates decidiu oferecer um seguro gratuito contra a covid-19 para os passageiros. O principal objetivo da iniciativa é atrair passageiros de volta à rotina de viagens.

Segundo a companhia, os clientes que decidirem voar e forem infectados durante o voo ou posteriormente terão cobertura completa do tratamento. Isso inclui consultas médicas, período de quarentena em hotéis e até cobertura de despesas funerárias se o pior acontecer. A Emirates informa, entretanto, que não vai pagar pelos testes para diagnóstico da doença.

Via: Correio Brasiliense