João Doria, governador de São Paulo, afirmou estar otimista em relação à vacina contra o novo coronavírus, e que os brasileiros vão estar vacinados até fevereiro de 2021. Em entrevista na última terça-feira (4), ele afirmou que a produção do imunizante pelo Instituto Butantan deve começar já em novembro de 2020.

“A vacina vai trazer a normalidade de fato na vida dos brasileiros. Tudo indica que já estaremos com uma imunização plena, da totalidade da população brasileira, até o fim de fevereiro”, afirmou. Caso ocorra algum problema com o desenvolvimento da vacina, o governador acrescenta “um ou dois meses” na sua previsão.

Ainda segundo Doria, o protocolo de vacinação vai seguir as regras adotadas na vacinação contra gripe. As primeiras doses são reservadas para pessoas do grupo de risco, seguido de profissionais da saúde, forças policiais e finalmente o restante da população.

Por fim, o governador de São Paulo reforçou que a vacina será produzida no Brasil. “Não vamos depender de uma circunstância que alguém, ainda que de forma insana, intercepte carga aérea em algum ponto do planeta”, afirmou. Uma situação semelhante aconteceu com respiradores chineses que vinham para o Brasil e ficaram retidos em Nova York.

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ReproduçãoJoão Doria afirma que brasileiros estarão vacinados até fevereiro. Foto: Reuters/Athit Perawongmetha

A vacina a qual João Doria se refere é a CoronaVac, desenvolvida pela chinesa Sinovac Biotech e testada em nove mil voluntários brasileiros em parceria com o Instituto Butantan. Profissionais do Hospital da Clínicas, Instituto Emílio Ribas, Hospital das Clínicas da Faculdade de Ribeirão Preto da USP, Universidade Municipal de São Caetano do Sul e Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Fármacos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), fazem parte dos testes.

Vacina não garante normalidade imediata

O desenvolvimento de uma vacina contra o novo coronavírus concentra expectativas de que, em breve, poderemos controlar a pandemia e pavimentar um retorno seguro à normalidade. Em um ritmo de pesquisa sem precedentes, cinco fórmulas já estão na fase final de testes clínicos – e a previsão de alguns pesquisadores é disponibilizar doses em outubro deste ano.

Especialistas em saúde pública entrevistados pelo The Washington Post, no entanto, alertam que expectativas desproporcionais sobre as vacinas podem levar a crenças pouco realistas sobre a volta à normalidade. Afinal, mesmo que um produto se prove eficaz durante experimentos, a erradicação do vírus não será imediata e ainda há uma cadeia de desafios para territórios e países imunizarem suas populações.

Via: Exame