Em um estudo realizado na Ilha de Wight, na costa sul da Inglaterra, paleontólogos identificaram ossos de uma nova espécie de dinossauro terópode, o grupo que inclui o Tyrannosaurus rex e os pássaros modernos. O Vectaerovenator inopinatus viveu no período Cretáceo, há 115 milhões de anos, e estima-se que tivesse até quatro metros de comprimento.

Os fragmentos achados são do pescoço, costas e cauda do novo dinossauro, e foram encontrados em três descobertas separadas feitas por cientistas cidadãos que passeavam pelo local. Um estudo mais aprofundado confirmou que os fósseis pertenciam muito provavelmente ao mesmo dinossauro individual.

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“Estava andando na praia, chutando pedras e encontrei o que parecia um osso de dinossauro. Fiquei realmente chocado ao descobrir que poderia ser uma nova espécie”, conta Paul Farrell, uma das pessoas que ajudou na descoberta. A Ilha de Wight é conhecida como um dos principais locais para se encontrar restos de dinossauros na Europa.

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O nome do animal faz referência aos grandes espaços cheios de ar em alguns dos ossos – uma das características que ajudaram os cientistas a identificar o exemplar como sendo um terópode. Esses bolsões, também vistos em pássaros modernos, funcionam como extensões do pulmão e provavelmente ajudaram a tornar seu sistema respiratório mais eficiente, ao mesmo tempo que deixavam o esqueleto mais leve.

Depois de estudar as quatro vértebras, os paleontólogos da Universidade de Southampton confirmaram que os ossos pertencem a um gênero de dinossauro até então desconhecido. Os detalhes da descoberta serão publicados na revista Papers in Palaeontology

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Darren Naish/University of Southampton

Silhueta do Vectaerovenator inopinatus mostrando as posições dos ossos encontrados. Imagem: Darren Naish/University of Southampton

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“O registro de dinossauros terópodes do período ‘médio’ do Cretáceo na Europa não é tão grande, então é realmente emocionante ser capaz de aumentar nossa compreensão sobre a diversidade de espécies de dinossauros dessa época”, afirma Chris Barker, autor do estudo.

Os pesquisadores acreditam que o Vectaerovenator vivesse em uma área logo ao norte de onde seus restos foram encontrados, com a carcaça tendo sido levada para um mar raso próximo. “Embora tenhamos material suficiente para sermos capaz de determinar o tipo geral de dinossauro, gostaríamos de encontrar mais amostras para refinar nossa análise. Somos muito gratos pela doação desses fósseis à ciência e pelo importante papel que a ciência cidadã pode desempenhar na paleontologia”.

Via: University of Southampton