Os aplicativos de videoconferência têm vivido sua “fase de ouro” durante a pandemia do coronavírus, com a alta demanda pelo home office em virtude das medidas de distanciamento social. Porém, em algumas áreas de atuação, as horas de trabalho parecem ter virado uma eterna reunião virtual, e algumas empresas têm buscado maneiras de atenuar esses períodos na frente de um computador. E, pasmem, uma delas é jogar videogames.

Os jogos, que também têm tido consumo incrementado nos últimos meses, estão sendo utilizados como espaços virtuais para encontros, reuniões e até mesmo fechamento de negócios, com salas do Zoom dando lugar a escritórios virtuais construídos no Minecraft ou até mesmo roubos a bancos no GTA Online. Qualquer modalidade multiplayer (que permite a participação de vários jogadores simultâneos) pode se tornar palco para uma conferência, seja por texto ou por voz.

A simulação da vida real em games não é nova, já que o jogo Second Life, criado pela empresa Linden Lab, surgiu com essa premissa há quase 20 anos, levando o mundo dos negócios e do entretenimento para as telas dos PCs. Mas o atual momento gerou um novo “boom” neste tipo de encontro virtual. É uma forma de trazer o happy hour para dentro do trabalho e sem sair de casa.

Os cenários são infinitos. No Minecraft, por exemplo, os executivos têm a possibilidade de criar do zero um mundo aberto e tridimensional da forma que bem entender, usando blocos pixelizados. Já GTA traz a alternativa de um universo mais real, com gráficos em alta definição e a liberdade de pilotar veículos como motos, navios e até aviões, ou ainda fazer compras e outras alternativas “mundanas”.

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A necessidade de se fazer negócios dessa forma, mais descontraída, é evidenciada por pesquisas e estudos que mostram um aumento nos níveis de ansiedade da população. Devido à pandemia, 54% se declararam mais ansiosos nos últimos dias, enquanto 13% indicaram ansiedade muito alta – quadros psicológicos preocupantes. O que pode ser compreensível, já que não ajuda ter a impressão de que seus dias parecem mais uma videoconferência sem fim.

Fonte: Estadão