Uma recente pesquisa feita por cientistas suecos contesta a causa do desaparecimento do rinoceronte-lanudo, espécie adaptada ao frio que entrou em extinção na Sibéria há aproximadamente 14 mil anos. Até então, acreditava-se que a presença dos primeiros humanos na região teria sido o motivo. No entanto, segundo os pesquisadores, isso teria acontecido devido às mudanças climáticas.

“Pensava-se inicialmente que os humanos apareceram no nordeste da Sibéria 14 ou 15 mil anos atrás, na mesma época em que o rinoceronte-lanudo foi extinto. Mas recentemente houve várias descobertas de locais de ocupação humana muito mais antigos”, afirmou o autor do estudo Love Dalén, do Museu de História Natural Sueco.

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Os cientistas reuniram amostras de tecido, ossos e pelos de 14 animais. Entretanto, foi uma evidência fóssil de um rinoceronte-lanudo, de aproximadamente 18.530 anos atrás, que permitiu a extração de um conjunto completo de DNA nuclear. Com base nisso, o grupo de pesquisa supôs o tamanho das populações antes da extinção e constatou a continuidade da espécie mesmo após a chegada dos humanos na região.

“O declínio em direção à extinção do rinoceronte-lanudo não coincide tanto com o primeiro aparecimento dos humanos na região. De fato, vemos algo como um aumento no tamanho da população durante esse período”, explica Dalén.

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As evidências revelam que a espécie teve um pico de 21 mil animais há 152 mil anos. “Descobrimos que depois de um aumento no tamanho da população no início de um período frio, há cerca de 29 mil anos, o tamanho da população de rinocerontes-lanudos permaneceu constante”,  explicou o coautor e pesquisador do Centro de Paleogenética da Suécia Nicolas Dussex.

De acordo com Edana Lord, coautora do estudo e geneticista evolucionista, foi uma extrema mudança climática há 14.600 e 12.800 anos que ocasionou o sumiço do animal. Os sobreviventes migraram para o leste na tentativa de fugir do clima quente e úmido até desaparecerem completamente. ”Provavelmente desempenhou um grande papel no rápido declínio desta espécie adaptada ao frio”, contou.

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O estudo foi publicado na revista científica ScienceDirect.

Fonte: ScienceNews

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