Enquanto uma vacina não imuniza a humanidade contra a Covid-19, pesquisadores desenvolvem tratamentos que possam impedir o desenvolvimento da doença. Um passo importante foi dado nesta quarta-feira (19), com a união de duas farmacêuticas para viabilizar a produção e distribuição de um medicamento ainda experimental à base de anticorpos.

A parceria entre a americana Regeneron e a suíça Roche para acelerar a produção da droga REGN-COV2. A proposta do medicamento é simular a reação do corpo humano a uma infecção, inserindo anticorpos neutralizantes contra o coronavírus no organismo. A reação visa impedir que o vírus se ligue aos receptores ACE2 e se replique no corpo humano.

Por enquanto, o medicamento ainda está em testes, na fase 2/3 dos ensaios clínicos, que deverão comprovar se a técnica realmente será eficaz para o tratamento de quem já está infectado e uma fase 3 para determinar a eficácia como medida profilática, para proteger familiares de pessoas infectadas pelo coronavírus.

Os anticorpos nada mais são do que proteínas que, no caso do coronavírus, se ligam aos “espinhos” do vírus, que dão a ele seu formato de coroa. Esses espinhos, que também são conhecidos como proteína “Spike” ou apenas “S” permitem a ligação com as células e a infecção do corpo. Quando os anticorpos fazem essa ligação, impedem que o vírus se replique, mas a produção natural de anticorpos, no entanto, pode demorar um pouco, e o medicamento poderia agilizar essa resposta.

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A iniciativa de Regeneron selecionou dois anticorpos para fazer parte do REGN-COV2 para tentar realizar essa ação neutralizante, mas ainda não há comprovação de sua eficácia enquanto os testes ainda caminham. A própria Roche já testou medicamentos à base de anticorpos sem resultados positivos.

Pelo mundo, esta abordagem já tem sido adotada por várias farmacêuticas. Na Coreia do Sul, por exemplo, também está em fase testes com humanos um medicamento à base de anticorpos e mais e mais pesquisas se concentram na utilização de anticorpos desenvolvidos em laboratório. No entanto, ainda não há uma comprovação de eficácia, por mais que a teoria seja interessante.