Uma equipe de pesquisadores da Cornell University, nos Estados Unidos, criou robôs microscópicos que podem ser controlados à distância. Cada unidade tem menos de 0,1 mm de tamanho (aproximadamente a largura de um fio de cabelo), pequenos o suficiente para passarem por dentro de uma agulha e serem injetados no corpo humano.

Uma única lâmina de silício de dez centímetros pode servir de matéria prima para um milhão de robôs microscópicos, que possuem minúsculos circuitos sensíveis à luz em suas costas. Quando estimulados por um laser, esses mecanismos impulsionam as quatro pernas dos robôs para frente.  O artigo que descreve os nano robôs foi publicado na Nature.

De acordo com os pesquisadores, eles foram projetados para operar em todos os tipos de ambientes, com acidez e temperaturas extremas. O objetivo é criar um dispositivo capaz de investigar o corpo humano por dentro. “Controlar um pequeno robô é talvez o mais perto que você pode chegar de se encolher”, afirma o engenheiro Marc Miskin, principal autor do estudo.

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Usando deposição de camadas atômicas e litografia, a equipe construiu as pernas de tiras de platina com apenas algumas dezenas de átomos de espessura. Ao aplicar uma carga elétrica positiva à platina, os íons carregados negativamente forçam a platina a se expandir, fazendo a tira dobrar. Os pesquisadores controlam os robôs emitindo pulsos de laser em diferentes sistemas fotovoltaicos, cada um deles carregando um conjunto separado de pernas. Ao alternar o laser, o robô caminha.

“Embora esses robôs sejam primitivos em sua função – eles não são muito rápidos, eles não têm muita capacidade computacional – as inovações que fizemos para torná-los compatíveis com a fabricação de microchip padrão abrem portas para tornar esses robôs microscópicos inteligentes , rápidos e capazes de serem produzidos em massa”, explica o professor de física de Cornell, Itai Cohen.

Os pesquisadores estão explorando maneiras de equipar os robôs com eletrônicos mais complexos e computação integrada – melhorias que podem um dia resultar em exércitos de robôs microscópicos suturando vasos sanguíneos ou sondando áreas do cérebro humano.

“Acho que máquinas como essas vão nos levar a todos os tipos de mundos incríveis que são pequenos demais para serem vistos”, acredita Miskin.

Via: Cornell Chronicle