O co-fundador e ex-CEO da Microsoft e atual filantropo e chairman da Bill & Melinda Gates Foundation, Bill Gates, afirmou em entrevista à CNBC que as primeiras vacinas contra a Covid-19 devem aparecer entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021, segundo suas próprias expectativas.

A fundação criada por ele junto de sua esposa financia diversos projetos e pesquisas de combate ao novo coronavírus (Sars-CoV-2), mas até o momento, nenhuma delas produziu avanços frente a outras opções já conhecidas, como a chinesa SinoVac e a vacina em desenvolvimento pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca — tida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a de estágio mais avançado no mundo.

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Bill Gates, que lidera a fundação que leva seu nome e o de sua esposa, espera uma vacina contra a Covid-19 apenas em janeiro de 2021. Foto: Getty Images

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“Eu creio que, quando chegarmos em, digamos, dezembro ou janeiro, são boas as chances de pelo menos duas ou três delas buscarem aprovação, se a eficácia for comprovada”, disse Bill Gates à emissora americana, referindo-se à Food and Drug Administration (FDA), a agência sanitária dos Estados Unidos que regulamenta a disponibilidade de medicamentos ao público. Falando na FDA, Gates novamente ressaltou — desta vez, à Bloomberg — a sua desconfiança com o órgão público, dizendo que sua credibilidade foi minada pela “abordagem anticientífica do governo de Donald Trump”, o atual presidente dos Estados Unidos.

Trump havia afirmado no passado que acreditava na chegada de uma vacina antes das eleições presidenciais americanas — marcadas para 3 de novembro de 2020, onde ele tentará a reeleição — mas especialistas de sua própria equipe governamental já desmentiram essa previsão: o Dr. Anthony Fauci, epidemiologista e imunologista que lidera a força-tarefa contra a Covid-19 da Casa Branca, tem uma previsão similar a de Bill Gates, esperando a chegada de uma vacina ao final de 2020 ou começo de 2021.

Atualmente, o mundo conta com mais de 160 vacinas em desenvolvimento, todas em variados graus de avanço. Os três projetos mais reconhecidos pela OMS são as já citadas SinoVac e a vacina da Oxford-AstraZeneca, além do imunizante Sputnik V, produzido pela Rússia — este último, porém, não passou pelo mesmo crivo científico de testes das outras, ainda que o presidente Vladimir Putin tenha vindo a público professar a sua eficácia em uso humano e prometendo sua disponibilidade em outubro de 2020.

Fonte: CNBC / Bloomberg