Diferente do que aconteceu em 2016, o Facebook parece estar mais atento aos elementos estrangeiros que tentam interferir em eleições nacionais – ou pelo menos está sendo mais transparente em suas ações. A rede social anunciou nesta terça-feira (22) que removeu dois grupos, da China e das Filipinas, por violar a política contra comportamento inautêntico coordenado.

De acordo com a empresa, foram removidas 155 contas, 11 páginas, nove grupos e seis contas do Instagram de uma operação chinesa. “No sudeste da Ásia, onde essa rede concentrava a maior parte de suas atividades, eles postaram em chinês, filipino e inglês sobre notícias globais e eventos atuais”, explica o Facebook.

Os temas envolviam principalmente interesses de Pequim no Mar da China Meridional, Hong Kong, conteúdo de apoio ao presidente filipino Rodrigo Duterte e críticas ao Rappler, uma organização de notícias independente nas Filipinas. Nos Estados Unidos, “onde essa rede se concentrou menos e quase não ganhou seguidores”, foram postados conteúdos tanto em apoio quanto contra os candidatos à presidência Pete Buttigieg, Joe Biden e Donald Trump.

Facebook/Reprodução

publicidade

Um dos exemplos de publicação de desinformação mostrados pelo Facebook. A legenda diz: “desafio das duas fotos – ‘Aktibista noon’ (ativista no passado) Virus ngayon (vírus agora). Uma praga antes, mas ainda uma praga. Cuidado com essa pessoa, é muito infecciosa”. Imagem: Facebook/Reprodução

A ação ainda resultou na remoção de outras 57 contas do Facebook, 31 páginas e 20 contas do Instagram de uma rede filipina concentrada no público doméstico. “Esta operação parece ter se acelerado entre 2019 e 2020. Eles postaram em filipino e inglês notícias e eventos locais, incluindo política doméstica, atividades militares e projetos de lei antiterrorismo e críticas ao comunismo”, explica o Facebook.

No início de setembro, a rede social retirou do ar 13 contas e duas páginas criadas por uma rede de influência russa com o objetivo de minar a candidatura à presidência do democrata Joe Biden entre os eleitores mais identificados com a esquerda nos Estados Unidos. A rede, centrada em uma falsa organização mídia chamada Peace Data, chegou a recrutar jornalistas norte-americanos para escrever artigos.