A China revelou que está desenvolvendo um novo foguete que poderá enviar astronautas em missões tripuladas à Lua. O foguete foi apresentado durante a 2020 China Space Conference, que aconteceu em 18 de setembro em Fuzhou, no leste do país.

Apelidado de “Foguete 921” em referência à data de criação do programa de missões tripuladas da China, 21 de setembro de 1992), ele será capaz de colocar uma carga de 25 toneladas em injeção trans-lunar, manobra necessária para que possa chegar à Lua. O peso durante a decolagem será de 2.200 toneladas, o triplo do maior foguete chinês ainda em operação, o Longa Marcha 5.

O foguete será construído pela Academia Chinesa de Tecnologia em Veículos de Lançamento (CALT), e composto por três núcleos com 5 metros de diâmetro cada um, numa configuração similar à de foguetes dos EUA como o Delta IV Heavy da United Launch Alliance (ULA) e o Falcon Heavy da SpaceX.

O núcleo central, com três estágios, terá 87 metros de comprimento. Serão usados conjuntos de propulsores YF-100K, já existentes, o que irá acelerar o processo de desenvolvimento.

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“O mundo está vendo uma nova onda de exploração lunar, tripulada ou não. Projetos de cooperação internacional na exploração lunar tripulada estão entrelaçados e influenciando uns aos outros”, disse Zhou Yanfei, vice projetista geral do programa de voos espaciais tripulados da China, à mídia chinesa.

Ainda não há uma data para um voo de testes do novo foguete ou pouso na lua. Zhou menciona que ainda há uma “série de desafios” até que uma missão tripulada possa ser realizada.

“Por exemplo, preciamos que nossas espaçonaves cheguem à Lua e retornem de lá. Mas a capacidade de carga de nossos foguetes Longa Marcha não satisfaz nossas necessidades. Nossas espaçonaves Shenzou, que atualmente operam na órbita terrestre, não atendem aos requisitos para uma alunissagem. Além disso, precisamos de um módulo de pouso para a missão”, disse.

A China pretende lançar os primeiros módulos para sua estação espacial no início do ano que vem, mas há maiores desafios à frente. Zhou lembra que a China não tem “capacidade de sobrevivência em circunstâncias extraterrestres”, e que “também não temos capacidade de suporte em solo. Até o momento nossas missões de exploração tripuladas estão focadas em tarefas em órbita baixa ao redor da Terra”.

Fonte: Space.com