A teoria da relatividade geral foi proposta por Albert Einstein em 1915. Ela é composta por um conjunto de hipóteses que generaliza a relatividade especial e a lei da gravitação universal de Newton. Resumindo, ela fornece uma descrição unificada da gravidade como uma propriedade geométrica no espaço-tempo. Porém, ela não é matematicamente incompatível com a mecânica quântica, o que levou os pesquisadores a procurar alternativas a ela.

“Esperamos que uma teoria da gravidade completa seja diferente da relatividade geral, mas há muitas maneiras de modificá-la”, explicou Simitrios Psaltis, astrofísico da Universidade do Arizona, e autor de um novo estudo publicado na Physical Rebiew Letters. “Descobrimos que qualquer que seja a teoria correta, ela não pode ser significamente diferente da relatividade geral quando se trata de buracos negros“, acrescentou.

Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores aplicaram a teoria no M87*, um buraco supermassivo a 55 milhões de anos-luz e 6,5 bilhões de vezes a massa do Sol. Com isso, os pesquisadores descobriram que a teoria se torna 500 vezes mais robusta na região. Usando matemática da relatividade geral, é possível prever um tamanho bastante preciso do vazio escuro em torno do buraco negro. Quando uma imagem do M87* foi divulgada, o teste foi feito e a sombra era do tamanho previsto.

ReproduçãoTeste em buraco negro mostra que singularidade respeita teoria da relatividade de Einstein. Foto: NASA/JPL-Caltech

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Relatividade geral

A relatividade geral passou por vários testes no Sistema Solar. A mudança da orientação da órbita de Mercúrio, a forma como a luz das estrelas se curva ao longo do espaço-tempo e medições precisas da distância entre os planetas, por exemplo. Várias modificações dela passaram pelos mesmos testes e se mostraram positivas. No caso do buraco negro, porém, elas falharam. E isso “restringe a margem de manobra para modificações na teoria de relatividade geral de Einstein”, afirmou Feryal Özel, da Universidade do Arizona.

“Sempre dizemos que a relatividade geral passou em todos os testes com louvor”, destacou Özel. Esse avanço, além de novos telescópios que poderão fornecer uma resolução ainda mais alta dos buracos negros, “marca o início de uma nova era na astrofísica de buracos negros”, finalizou.

Via: Science Alert