Este ano, o Prêmio Nobel de Física foi concedido a três cientistas por seu trabalho envolvendo um dos mistérios mais sombrios do cosmos: os buracos negros.

Os premiados foram Roger Penrose, da Universidade de Oxford, Andrea Ghez, da Universidade da Califórnia em Los Angeles, e Reinhard Genzel, pesquisador do Instituto Max Planck para Física Extraterrestre.

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De acordo com o comitê, “Roger Penrose mostrou que a teoria geral da relatividade leva à formação de buracos negros. Reinhard Genzel e Andrea Ghez descobriram que um objeto invisível e extremamente pesado governa as órbitas das estrelas no centro de nossa galáxia. Um buraco negro supermassivo é a única explicação atualmente conhecida”.

Até o momento, Ghez é a quarta mulher a ganhar o prêmio desde sua criação, em 1901. As três premiadas anteriormente foram Marie Curie em 1909, Maria Goeppert-Mayer em 1963 e Donna Strickland em 2018. “Eu levo muito a sério a responsabilidade de ser a quarta mulher a receber o Prêmio Nobel. Espero poder inspirar outras jovens mulheres neste campo. É uma área com tantos prazeres. E se você é apaixonada por ciência, há tanto que pode ser feito”, disse.

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Descobertas

Penrose conseguiu mostrar, usando modelos matemáticos, que a própria existência dos buracos negros é uma consequência direta da Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein. Apesar disso, Einstein não acreditava que tais objetos – que devoram tudo, inclusive a luz – existissem.

Mesmo assim, sua teoria prevê que a gravidade resulta da deformação do espaço-tempo. Seguindo esse pensamento, objetos massivos conseguem colocar marcas cósmicas neste tecido do espaço-tempo de forma que é impossível evitar que tudo o que está ao redor caia nele.

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Reprodução

Prêmio foi concedido a cientistas que ajudaram a revelar informações sobre buracos negros. Foto: Yu Jingchuan/Beijing Planetar

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O que Penrose descobriu é que no coração dos buracos negros existe um núcleo infinitamente denso chamado singularidade, em que as leis da natureza deixam de existir. Essa descoberta foi descrita em um artigo publicado pelo cientista que, segundo o comitê, é visto como a “contribuição mais importante para a visão geral da teoria da relatividade desde Einstein”.

Por sua vez, Ghez e Genzel revelaram o segredo do centro da Via Láctea. Em pesquisas separadas, ambos descobriram que algo no centro da galáxia puxa aglomerados de estrelas e faz com que girem em velocidades muito altas.

Os dois não apenas previram a existência de um buraco negro, mas desenvolveram métodos de visualização que lhes permitiria ver através de densas nuvens de gás e poeira interestelar. Por fim, isso fez com que a existência de um buraco negro supermassivo no coração da nossa galáxia fosse descoberta.

Penrose receberá metade do prêmio de 10 milhões de coroas suecas (R$ 6.3 milhões em conversão direta), enquanto Ghez e Genzel dividirão a outra metade.

Via: Live Science