Senadores democratas dos EUA endereçaram uma carta ao CEO da Amazon, Jeff Bezos, cobrando respostas sobre as supostas práticas da empresa para desencorajar a formação de sindicatos. Em setembro, a gigante do e-commerce anunciou vagas para monitorar “ameaças de organizações trabalhistas” entre seus funcionários.

“O fato de a Amazon referir-se aos esforços de organização e mobilização pelos direitos dos trabalhadores como ameaças contra a empresa iguais às representadas por grupos de ódio e terrorismo é inaceitável”, escreveram os senadores Brian Schatz, Elizabeth Warren, Kirsten Gillibrand e o ex-presidenciável Bernie Sanders.

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Eles alegam que a companhia “tem investido pesadamente em sistemas de retaliação contra a liberdade de expressão sobre condições de trabalho inseguras e insalubres”. A acusação é consoante a uma pesquisa feita em agosto pelo Open Markets Institute, que denunciou a Amazon por práticas de vigilância em seus armazéns.

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Amazon utiliza ferramentas de vigilância para monitorar funcionários em seus armazéns. Imagem: Frederic Legrand/Shutterstock

Quanto à insalubridade citada pelos senadores, vale observar que mais de 19 mil trabalhadores da Amazon contraíram Covid-19 este ano, segundo a própria empresa. Isso levou associações trabalhistas a criticarem a resposta da varejista à pandemia.

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À Reuters, uma porta-voz da Amazon afirmou que a empresa respeita o direito de seus funcionários de se filiarem ou formarem sindicato sem ameaça de retaliação, intimidação ou assédio. Ela disse também que as práticas de monitoramento foram pontuais e vão contra os padrões da companhia.

Google também enfrenta acusações

A questão dos direitos trabalhistas é um ponto sensível no setor de tecnologia. No início de outubro, funcionários terceirizados do Google relataram ter sofrido assédio na empresa depois de optarem pela sindicalização.

Segundo eles, a HCL America, empresa que presta serviços de software para a Big Tech, passou a interrogá-los sobre as atividades sindicais de seus colegas, e chegou a culpar o sindicato por atrasos de salário e pela falta de promoções.

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Além disso, a empresa teria começado a transferir funções dos sindicalizados à sua filial na Polônia, reduzindo responsabilidades e limitando a participação da equipe no escritório.

O caso será levado a julgamento em 2021. Em relação à carta enviada a Jeff Bezos, não há previsão de resposta.

Via: Reuters