

No último domingo (18), a SpaceX lançou com sucesso uma nova constelação de satélites Starlink. O foguete Falcon 9 foi o responsável por carregar os 60 dispositivos até a órbita da Terra.
Após noves minutos do lançamento, o primeiro estágio do foguete retornou à Terra, pousando em um navio, batizado de ‘Of Course I Still Love You’, no Oceano Atlântico. Com isso, será possível reaproveitar o estágio em outro envio ao espaço.
Conhecido como B1051, o estágio do foguete utilizado agora tem seis lançamentos em seu currículo. Anteriormente, esse equipamento transportou outras quatro cargas de satélites Starlink, bem como um trio de satélites de observação para o Canadá.
Por parte da SpaceX, o lançamento bem-sucedido marcou o 18º lançamento da empresa em 2020. Os próximos planos ainda não foram divulgados, mas espera-se que a companhia planeje bater o recorde registrado em 2018, em que foram feitos 21 lançamentos.
Essa conquista foi facilitada com as fases reutilizáveis dos foguetes usados pela SpaceX. Atualmente, a empresa conta com cinco desses equipamentos que já foram ao espaço e outros três reservados para próximas missões.
SpaceX enviou mais 60 satélites para o espaço. Foto: CG Alex/ Shutterstock
Com este lançamento, a SpaceX agora conta com 800 satélites em órbita. Isso representa um marco que Musk disse que precisava ser alcançado antes que a empresa pudesse começar a oferecer o serviço.
Ainda há obstáculos regulatórios a superar e mais satélites a serem lançados antes que o serviço possa ser oferecido globalmente, mas os testes iniciais são promissores. Como resultado, a empresa planeja abrir um período de teste público em algum momento.
Esses lançamentos fazem parte de um plano maior da SpaceX para criar uma constelação de satélites com o objetivo de transmitir internet banda larga para locais do mundo em que o sinal comum não chega. Recentemente, uma tribo dos Estados Unidos foi a primeira a participar dos testes da internet.
Além disso, a rede de satélites seria uma forma da SpaceX e de Elon Musk gerarem receita para a exploração de Marte. De acordo com o empresário, a iniciativa pode resultar em até US$ 30 bilhões por ano – embora nenhum preço oficial para o serviço tenha sido anunciado.
Atualmente, a SpaceX recebeu da Federal Communications Comission uma permissão para lançar até 12 mil satélites. No entanto, a empresa indicou que poderá lançar até 30 mil dispositivos. Isso porque a autorização deve ser estendida em breve.
Apesar de apresentar resultados promissores, a ideia de uma constelação de satélites é bastante controversa, principalmente entre estudiosos do céu. Astrônomos utilizam o céu noturno para observar estrelas, planetas e galáxias. Quando a primeira fase da Starlink foi lançada, a visão dos pesquisadores foi obscurecida em alguns pontos.
Os envios feitos pela empresa geralmente são compostos por 60 satélites e, à medida que esse número aumenta, podem parecer com uma linha de pontos brilhantes marchando pelo céu noturno. Esses fenômenos são fotografados constantemente, até por telescópios terrestres, o que torna difícil para os cientistas discernirem se é um raio brilhante ou um envio de satélites Starlink.
Apesar de apresentar resultados promissores, a ideia de uma constelação de satélites é bastante controversa. Foto: rafapress/ Shutterstock
Para ajudar a mitigar isso, a SpaceX tenta reduzir o brilho aparente de suas criações equipando-as com uma espécie de proteção solar. Esse visor especial ajuda a evitar que a luz do sol reflita nas partes brilhantes dos satélites.
Além disso, o grande número de objetos no espaço é um problema crescente à medida que mais envios são feitos. Por sua vez, a quantidade maior de tráfego espacial torna difícil encontrar um caminho livre para missões espaciais.
Isso, considerando o aumento previsto nas próximas décadas, pode representar um problema substancial. Inclusive, recentemente, a Estação Espacial Internacional teve de realizar manobras para evitar colisões potenciais com detritos espaciais.
Via: Space