Quando se pensa em jogos que marcaram época, Crash com certeza é um deles. Lançado originalmente em 1996 para PlayStation, o primeiro título misturava elementos de plataforma com um carismático marsupial que logo ganhou o status de mascote.
Com diversas continuações – umas não tão boas -, o game fez história. No entanto, com um sumiço repentino, muitos se perguntaram que fim levou o personagem.
Eis que, recentemente, uma versão remasterizada da trilogia original foi lançada e reacendeu a fama de Crash, trazendo a nostalgia dos títulos anteriores somada com novos elementos que fizeram do game um sucesso. Obviamente, isso fez com que o personagem não parasse por aí.
Agora, finalmente podemos jogar ‘Crash Bandicoot 4: It’s About Time’, game que não só respeita as origens, como dá novo fôlego para a famosa série.
A começar pelos personagens. A maior parte dos originais está de volta. Crash, obviamente, é o protagonista, mas também temos o retorno de velhos conhecidos, como Coco, Tawna – mesmo que diferente – e dos vilões Uka Uka, Neo Cortex e N. Tropy.
Durante a aventura, Tawna salva constantemente a pele do marsupial. Em fases exclusivas, tomamos conhecimento do que ela enfrentou até encontrar o herói. Isso serve para deixar a história mais rica e cheia de possibilidades.
A história de ‘Crash Bandicoot 4: It’s About Time’ é uma continuação direta de ‘Crash Bandicoot: Warped’. Após anos como prisioneiros, Neo Cortex, N. Tropy e Uka Uka conseguem escapar ao criarem uma falha no espaço-tempo.
Após o esforço para a fuga, Uka Uka cai em um sono profundo, mas N. Tropy, com base no feito do vilão, cria uma máquina para abrir mais portais no espaço-tempo para se locomover por várias dimensões.
Agora, Crash e Coco têm de salvar o dia novamente. Felizmente, eles terão ajuda das Máscaras Quânticas, despertadas após as mudanças feitas pela fuga dos vilões em outras dimensões. Elas garantem que nossos heróis consigam alterar a realidade para passar pelas fases.
A dificuldade do game está equilibrada – apesar de ter momentos de gameplay bastante frustrantes. Um medo pessoal é que o game seguisse o que foi visto na demonstração divulgada pela Activision pouco antes do lançamento. Naquele momento, tivemos acesso a três níveis.
Em todos eles a dificuldade, ao que parece, foi um pouco mais elevada do que o encontrado no jogo completo. Isso poderia atrapalhar a experiência dos jogadores menores com o título. Felizmente, isso ficou restrito à demonstração. O game consegue agradar a todos.
O que considero um dos grandes trunfos do título são as batalhas de chefes. Todas elas são muito criativas e pouco repetitivas. Em uma das mais legais, temos de derrotar um inimigo que é um DJ.
Em sua batalha – que lembra bastante jogos de ritmo, como ‘Guitar Hero’ – nossos reflexos são testados para desviar de ondas sonoras enquanto tentamos nos aproximar do chefe para golpeá-lo.
As fases são diversificadas e contam com um level design que encoraja a exploração. Ao fim de cada uma, suas estatísticas são mostradas, apontando quantos itens não foram coletados. Isso contribuiu para o fator replay, já que é possível sempre voltar à mesma fase para tentar se sair melhor na coleta de itens.
Para dar uma camada ainda maior de possibilidade e variedade, o jogador encontra ao longo dos níveis máscaras que dão poderes distintos. Enquanto uma é usada para controlar o tempo, outra pode criar objetos para que o personagem suba.
As fases em que controlamos Tawna são destravadas conforme se avança, elas elevam um pouco a dificuldade do game, mas são bem divertidas e apresentam uma nova visão sobre alguns dos acontecimentos, por isso, elas são muito importantes.
Antes do jogador iniciar sua jornada pelas fases, há uma pergunta que pode confundir muitas pessoas. O título oferece dois modos de jogo: moderno e retro.
Ambos são diferentes, pois oferecem formas de jogatina bastante distantes uma da outra. Na primeira, a moderna, podemos dizer que a vida do jogador é mais fácil. Isso porque, quando o personagem fica sem vidas, o game continua do último ponto de controle.
A opção retro vem diretamente dos games antigos do marsupial. Caso o usuário perca o número de vidas, que é bastante limitado, a fase deve ser reiniciada, não importa se os pontos de controle foram coletados. Isso dá um desafio extra para os mais corajosos.
‘Crash 4’ é um verdadeiro retorno às origens. Mesmo com vários novos elementos, o game mantém sua atmosfera nostálgica e desafiadora, perdida em alguns games anteriores do personagem. A diversidade de cenários e situações faz do game um dos grandes destaques deste fim de geração.
‘Crash Bandicoot 4: It’s About Time’ está disponível em versão digital para PlayStation 4 e Xbox One pelo preço sugerido de R$ 250.
Para testar o game, a Activision enviou ao Olhar Digital uma cópia jogo para Xbox One.
Esta post foi modificado pela última vez em 22 de outubro de 2020 21:10