Um ano após o primeiro caso conhecido de Covid-19, o mundo tem uma vacina eficaz contra a doença pronta para proteger a população. A Medicines and Healthcare Products Regulatory Agency (MHRA), entidade que regulamenta a indústria médica no Reino Unido, aprovou o uso em caráter emergencial da vacina desenvolvida pela Pfizer e BioNTech.

A aprovação foi concedida com base nos resultados mostrados durante a terceira fase de testes clínicos, que mostrou uma eficácia de 95% entre os voluntários. O pedido foi feito pela fabricante da vacina às autoridades de saúde dos EUA, Reino Unido, Austrália, Canadá e Japão em 20 de novembro.

Com a autorização, a vacinação no Reino Unido pode começar já na próxima semana. Segundo Matt Hancock, secretário de saúde do país, 800 mil doses estarão disponíveis inicialmente, o suficiente para vacinar 400 mil pessoas já que a vacina é aplicada em duas doses, com um intervalo de 21 dias.

O Reino Unido comprou 40 milhões de doses da vacina da Pfizer/BioNTech, suficiente para proteger 20 milhões de pessoas. “A entrega dos 40 milhões de doses ocorrerá em 2020 e 2021, em estágios, para garantir uma distribuição igualitária das vacinas em todos os locais com contratos já executados”, disseram as empresas.

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Candidata a vacina Covid-19
Idosos e profissionais de saúde terão prioridade na vacinação

Ordem de vacinação

O país agora se prepara para iniciar o que Sir Simon Stevens, diretor do Serviço Nacional de Saúde (NHS), chamou de “a maior campanha de vacinação na história do país”. Segundo a BBC, 50 hospitais já estão de prontidão, e centros de vacinação em locais como centros de convenção estão sendo montados.

Sobre a ordem de vacinação, Hancock afirma que os idosos terão prioridade. “E então é essencialmente uma questão de faixa etária. Funcionários do NHS estão no topo da lista de prioridades, e então […] aqueles que são particularmente vulneráveis ao coronavírus”, disse.

“A autorização para uso emergencial no Reino Unido marca a primeira vez que cidadãos fora dos testes terão a oportunidade de serem imunizados contra a Covid-19”, disse Ugur Sahin, CEO e co-fundador da BioNTech. “Acreditamos que a implementação do programa de vacinação no Reino Unido irá reduzir o número de pessoas na população de alto-risco que estão sendo hospitalizadas”.

“Nosso objetivo, após a aprovação, é entregar uma vacina segura e eficaz às pessoas que necessitam dela. Os dados submetidos às agências regulatórias ao redor do mundo são o resultado de um programa de pesquisa e desenvolvimento rigoroso e altamente ético”.

E no Brasil?

Nesta terça-feira (1) o Ministério da Saúde divulgou um plano preliminar de vacinação da população brasileira, que ocorrerá em quatro fases. De acordo com o documento, na primeira etapa estarão os “trabalhadores da saúde, população idosa a partir dos 75 anos de idade, pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência (como asilos e instituições psiquiátricas) e população indígena”.

Em um segundo momento, entram “pessoas de 60 a 74 anos”. A terceira fase prevê a imunização de “pessoas com comorbidades que apresentam maior chance para agravamento da doença (como portadores de doenças renais crônicas, cardiovasculares, entre outras)”. A quarta e última fase deve abranger professores, forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional e população carcerária.

Ao todo, os quatro momentos da campanha somam 109,5 milhões de pessoas vacinadas, em duas doses. O Brasil já possui atualmente garantidas 142,9 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 por meio dos acordos com a Fiocruz/AstraZeneca (100,4 milhões) e Covax Facility (42,5 milhões).

No mês passado, o Ministério da Saúde sediou encontros com representantes dos laboratórios Pfizer BioNTech, Moderna, Bharat Biotech (Covaxin) e Instituto Gamaleya (Sputnik V), que também possuem vacinas em estágio avançado de pesquisa clínica, para aproximação técnica e logística.

A vacina da Pfizer/BioNTech, entretanto, provavelmente não será considerada. Isso porque as vacinas incluídas no Plano Nacional de Imunização devem “fundamentalmente” poder serem armazenadas em temperaturas de 2º C a 8º C, para as quais a infraestrutura de saúde pública do país está preparada. A vacina da Pfizer/BioNTech precisa ser armazenada a -70º C.

Fonte: TechCrunch