Se os humanos têm o objetivo de visitar Marte, será necessário encontrar maneiras de produzir recursos cruciais para a vida enquanto estiverem lá – uma iniciativa necessária se eles quiserem sobreviver tempo suficiente para explorar o planeta e se reabastecer para retornar.

Para ajudar com isso, um novo estudo, liderado por Pralay Gayen, da Universidade de Washington em St. Louis, Missouri, testa um dispositivo que pode explorar o perclorato de sódio, um tipo de sal que acredita-se existir em solo marciano. O que essa criação faz é dividir a água presente nesse elemento, produzindo oxigênio puro e hidrogênio.

Recentemente, foi descoberto que sais de perclorato são comuns no Planeta Vermelho. Esses sais têm afinidade com moléculas de água e podem acumular vapor com o tempo, transformando-se em uma espécie de salmoura com temperatura de congelamento muito baixa.

Há evidências de que há quantidades consideráveis dessa salmoura abaixo da superfície da região polar norte de Marte.

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Viabilidade da ideia

Para testar se essa ideia é viável, os pesquisadores construíram um dispositivo de eletrólise que funcionou em condições semelhantes às de Marte. A criação usa um cátodo de platina-carbono padrão e um ânodo especial de chumbo-rutênio-oxigênio que os cientistas já haviam desenvolvido.

Por meio de uma reação química, a salmoura de dentro do dispositivo fluía por todo o corpo da criação e se dividia em oxigênio puro no lado do ânodo e hidrogênio no lado do cátodo. O aparelho conseguiu produzir cerca de 25 vezes mais oxigênio do que sua contraparte, batizada de Moxie, e que foi criada para a missão Mars 2020 com o mesmo objetivo.

Além da eficiência, ambos se diferenciam pela economia. O dispositivo que vai a Marte requer cerca de 300 watts de potência para funcionar, enquanto a criação dos pesquisadores utiliza apenas 12 watts.

Além disso, o hidrogênio produzido pode ser usado em uma célula de combustível para gerar eletricidade – o que seria menos provável de acontecer com o Moxie.

Obviamente, mais testes devem ser feitos para garantir que o aparelho pode resistir por longos prazos, sem que seu desempenho seja degradado com o tempo. O que nos resta é aguardar para ver se essa será uma forma plausível para produção de oxigênio e até combustível em Marte.

Via: Wired