O laboratório de inteligência artificial DeepMind, de propriedade da Alphabet, desvendou um mistério que “assombra” biólogos há 50 anos: o enovelamento de proteínas.

A informação foi revelada no dia 30 de novembro, na abertura da CASP, conferência realizada a cada dois anos com o intuito de resolver o desafio científico.

O problema consistia em tentar prever a forma tridimensional que uma molécula de proteína vai tomar ao assumir sua configuração funcional para realizar sua função biológica.

Para os cientistas, prever essa forma tridimensional é importante para saber qual molécula poderá ligar-se à proteína conseguindo, assim, alterar seu comportamento. Com isto, será possível, por exemplo, desenvolver medicamentos de forma rápida e avançada.

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AlphaFold consegue prever estruturas com eficiência. Crédito: DeepMind/Divulgação

O AlphaFold, sistema de IA do DeepMind, já havia demonstrado avanços significativos em 2018, ao participar do CASP pela primeira vez e superar todos os seus “concorrentes”, mas somente neste ano que a rede de deep learning do laboratório obteve sucesso absoluto.

“Isso muda o jogo completamente. Vai mudar a medicina, as pesquisas, a bioengenharia. Muda tudo”, declara Andrei Lupas, biólogo evolucionista da Sociedade Max Planck para o Progresso da Ciência, localizada em Tübingen, na Alemanha.

Implicações científicas

A velocidade é um dos principais fatores a ser considerado ao avaliar o impacto do que o AlphaFold representa para a ciência. Ao resolver em meia hora algo que permaneceu inalcançável por décadas, a inteligência artificial torna possível um melhor entendimento de doenças como o Alzheimer, causado pelo enovelamento incorreto de proteínas, e também o enfrentamento de futuras pandemias.

“Nós poderíamos testar todos os compostos que são liberados para uso em humanos. Poderíamos enfrentar a próxima pandemia com medicamentos que temos hoje em dia”, afirmou Lupas ao The New York Times.

Em um post no blog oficial do laboratório, a Alphabet afirmou que está estudando formas de compartilhar a tecnologia do AlphaFold com a comunidade científica.

Fonte: Vox/Nature