Uma equipe de pesquisadores desenvolveu um sistema que, com uso do Kinect da Microsoft, consegue analisar e combinar imagens para controlar vídeos com o movimento do corpo.
Vídeos de dança, exercícios e ioga existem desde a época das fitas VHS. Hoje em dia, plataformas como YouTube também possuem muitos representantes dessa categoria. No entanto, essas formas tradicionais de instrução podem levar à frustração e a um esforço físico exagerado.
Isso porque espectadores novatos ou com mobilidade reduzida tendem a se esforçar muito para acompanhar os instrutores. Porém, isso pode mudar em breve.
Uma equipe de pesquisadores, formada por representantes da Lancaster University, Stanford University e FX Palo Alto Laboratory, criou uma solução que se adapta dinamicamente para espelhar a posição do corpo do usuário e igualar a velocidade de reprodução do vídeo aos movimentos do corpo do praticante.
O sistema, que foi batizado de ‘Vídeo Reativo’, usa um sensor Kinect, da Microsoft, para identificar a posição e o movimento das articulações e membros dos usuários. Ao analisar e combinar essas imagens captadas com as do instrutor, o sensor calcula o tempo estimado para que o utilizador realize um movimento e ajusta a reprodução do vídeo.
Essa estratégia, além de fornecer uma experiência mais imersiva, faz com que os usuários com alguma limitação possam aprender e imitar os movimentos mostrados na tela com mais precisão.
Os pesquisadores testaram a novidade usando vídeos de tai chi e radio – uma forma de calistenia popular no Japão. Nos resultados obtidos, foi possível observar que em ambos os casos os sistemas se adaptaram aos movimentos do corpo dos usuários.
Para Christopher Clarke, pesquisador da Lancaster University e coautor da pesquisa, a ideia é bastante interessante, pois, para algumas pessoas, “acompanhar o ritmo pode ser complicado, especialmente quando estão aprendendo algo novo, e para pessoas mais velhas ou com problemas de movimento. Além disso, alcançar constantemente um controle remoto para pausar, retroceder e reproduzir pode ser frustrante e interromper a imersão”.
E completa: “Nosso sistema supera esses problemas fazendo com que o vídeo se ajuste automaticamente para reproduzir na velocidade do usuário, o que é menos estressante e mais benéfico para o aprendizado”.
O que diferencia a tecnologia de captura de movimento do corpo dos jogos de dança lançados para consoles, por exemplo, é que pode ser aplicada a filmagens já existentes, eliminando a necessidade de criar conteúdo sob medida para que funcione.
Agora, a equipe acredita que, com mais pesquisas, esse tipo de tecnologia adaptativa poderia ser aplicada aos esportes e atividades como aprender rotinas de dança ou aperfeiçoar algumas práticas, como tacadas de golfe, por exemplo.
Via: TechXplore