A empresa estatal russa Khrunichev State Research and Production Space Center fez na madrugada desta segunda-feira (14) o segundo lançamento de teste do novo foguete Angara 5, um veículo de lançamento sendo construído para enviar cargas de grande porte ao espaço.

O foguete Angara 5 decolou do Cosmódromo de Plesetsk, no norte da Rússia, às 2h50 (horário de Brasília). A carga foi limitada a um “simulador de massa”, um objeto inerte com o mesmo peso e tamanho de um satélite que seria lançado em uma missão convencional.

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Foguete Angara 5 substituirá a família Proton

Este foi o segundo voo de testes do foguete Angara 5, que está sendo projetado para substituir a família Proton, em uso desde meados da década de 60 e com menor capacidade de lançamento. O primeiro voo ocorreu há quase seis anos, em dezembro de 2014, e foi considerado um sucesso.

O foguete Angara 5 poderá transportar até 7,5 toneladas a uma órbita de transferência geoestacionária (GTO), usada para colocar um satélite pairando sobre um ponto fixo da Terra. Para fins de comparação, o Proton leva 6,3 toneladas, e um Falcon 9 da SpaceX em configuração Full Thrust (FT) pode transportar até 8,3 toneladas.

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Foguete Angara 5 sendo transportado para a plataforma de lançamento. Foto: Roscosmos
Foguete Angara 5 sendo transportado para a plataforma de lançamento. Foto: Roscosmos

Enquanto isso, lá na Nova Zelândia…

Às 6h00 (horário de Brasília) desta terça-feira um foguete Electron da Rocket Lab irá lançar o satélite-radar StriX-α para a empresa japonesa Synspective. O equipamento pode detectar do espaço mudanças milimétricas na superfície da Terra, independente das condições climáticas, a qualquer hora do dia ou da noite.

O codinome da missão é “Owl’s Night Begins” (“A noite da coruja começa”), já que Strix é um gênero de corujas. O foguete irá decolar da Península Mahia, na Nova Zelândia, entre as 6h e 7h59, com transmissão ao vivo.

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Para os próximos anos, a Rocket Lab tem um objetivo ambicioso: lançar uma missão para buscar vida em Vênus. A informação foi confirmada pelo CEO e fundador da empresa, Peter Beck, em uma sessão de perguntas e respostas, transmitida pelo YouTube. “Estou loucamente apaixonado por Venus”, contou o executivo, que completou, “estou trabalhando muito para montar uma missão privada para ir a Vênus em 2023”.

Com estrutura e tamanho semelhantes à Terra, Vênus pode ter tido um oceano raso de água líquida e temperaturas de superfície habitáveis por até 2 bilhões de anos de sua história. O planeta hoje, porém, é um mundo infernal – com uma atmosfera de dióxido de carbono que é 90 vezes mais espessa que a nossa e temperaturas altas o suficiente para derreter chumbo.

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Esse clima foi causado por um efeito estufa descontrolado, que transformou a superfície do planeta. Mas pesquisadores acreditam que a vida em Vênus (se é que alguma vez existiu), pode ter encontrado refúgio no alto da atmosfera, onde as temperaturas e pressões são semelhantes às da superfície da Terra.

É esse ambiente que a Rocket Lab quer explorar com a missão de 2023. “Vamos aprender muito no caminho até lá, e vamos tentar ver se podemos descobrir o que há naquela zona atmosférica”, disse Beck. “E quem sabe? Podemos ter a sorte grande”, completou.