A farmacêutica AstraZeneca, que está desenvolvendo, em parceria com a Universidade de Oxford, uma das vacinas contra Covid-19 mais promissoras do mundo, retirou crianças de seus ensaios clínicos.

A informação foi divulgada pela agência Reuters após consulta ao site da empresa nos Estados Unidos. Os testes se referem aos que estão em andamento no Reino Unido.

A intenção da empresa era conduzir um ensaio em crianças de até 5 anos, desde que houvesse o consentimento dos pais ou responsáveis para tal. Mas o fato é que a farmacêutica parece ter voltado na decisão e retirado a faixa etária dos dados registrados na Biblioteca Nacional de Medicina dos EUA, no dia 10 de dezembro. Nesse sentido, a AstraZeneca ainda não se pronunciou.

Vacina da AstraZeneca não será testada em crianças do Reino Unido. Créditos: Ascannio/Shutterstock

No Reino Unido, aproximadamente 12 mil pessoas participam dos testes da vacina contra a Covid-19. Cabe destacar que a dose apresentou resultados satisfatórios em relação à sua eficácia, principalmente em pessoas mais velhas. As análises promissoras levaram vários países ao redor do mundo a pleitearem a dose, inclusive o Brasil. No mês passado, a farmacêutica divulgou a eficácia de 90%.

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Vacina contra Covid:19: testes com crianças

Igualmente, ainda vale lembrar que, apesar de algumas farmacêuticas utilizarem seus imunizantes em crianças de até 12 anos para tentar entender seus efeitos em pessoas de diferentes idades, há a falta de base científica que prove seus benefícios ou malefícios pediátricos.

“Um amplo espectro de idades nos testes pode ajudar os desenvolvedores a entender como suas vacinas funcionam na população em geral, mas os Centros dos EUA para Controle e Prevenção de Doenças disseram em outubro que as crianças podem não ser recomendadas para a vacinação Covid-19 inicialmente”, afirmou a publicação.

Testes da vacina contra Covid-19 em crianças são escaços por falta de embasamento. Créditos: Ivi Lichi/Shutterstock

No Brasil, o plano de vacinação ainda não inclui crianças. O motivo seria a falta de embasamento sobre os efeitos das doses em idades menores.

“Nenhum país tem estudos que mostrem a utilização de vacinação na faixa etária pediátrica. Até onde eu saiba, não vimos nenhum trabalho que mostre [a vacinação em crianças] ou nenhuma desenvolvedora que tenha colocado [uma vacina contra Covid-19] na fase 3 nessa faixa etária. Nós não temos dados em relação a essa questão”, salientou Arnaldo Medeiros, secretário de Vigilância em Saúde, ao portal de notícias G1.

Fonte: Reuters