A agências espaciais do Japão (JAXA) e da China (CNSA) fizeram história nesta semana ao trazer para a Terra pedaços de mundos distantes. Os japoneses conseguiram amostras de Ryugu, um asteróide que foi visitado pela sonda Hayabusa 2. Já os chineses se tornaram o terceiro país na história a conseguir trazer amostras da Lua, na missão Chang’e 5. Mas a Nasa está de olho em um objetivo muito mais ambicioso: trazer amostras de Marte.
A agência espacial norte-americana aprovou a “Fase A” da missão Mars Sample Return (Retorno de Amostras de Marte). O objetivo é, na segunda metade desta década, enviar ao planeta uma missão robótica que irá coletar amostras do solo em vários locais do planeta e trazê-las de volta à Terra.
Durante a “Fase A” as equipes da Nasa e da agência espacia europeia (ESA) irão “maturar tecnologias essenciais” ao sucesso da missão, bem como “tomar decisões críticas” relacionadas ao design e avaliar parcerias com a indústria aeroespacial.
A primeira parte da missão já está a caminho de Marte: o rover Perseverance, que deve pousar no planeta em fevereiro de 2021, tem uma broca na ponta de um braço robótico, que é capaz de coletar amostras de rocha e selá-las em tubos herméticos. Estes tubos podem então ser colocados em locais específicos do planeta, ou armazenados internamente no rover.

As próximas etapas da missão são o desenvolvimento do Sample Retrieval Lander, que irá pousar no planeta e coletar as amostras de Marte, e o Earth Return Orbiter, que irá trazê-las até nós. O Sample Retrieval Lander é composto por duas partes: a primeira é o Sample Fetch Rover, veículo robótico que irá dirigir até o local onde o Perseverance colocou os tubos com as amostras e coletá-los.
Os tubos serão transferidos para o Mars Ascent Vehicle, um foguete que irá decolar até a órbita de Marte. Lá ele se encontrará com o Earth Return Orbiter, que irá capturar as amostras de Marte e levá-las à Terra no início da década de 2030.
“Trazer amostras de Marte para a Terra tem sido um objetivo de cientistas planetários desde os primórdios da era espacial, e a conclusão deste ponto chave de decisão no projeto MSR é um passo importante para transformar este objetivo em realidade”, disse Thomas Zurbuchen, administrador-adjunto para ciência no quartel general da Nasa em Washington.
“A MSR é uma campanha complexa, e condensa essência do pioneirismo na exploração do espaço – expandir os limites do que é possível e, ao fazer isso, ampliar nossa compreensão de nosso lugar no universo”.
Fonte: Nasa