A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) solicitou à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) comprovação de que as doses da “vacina de Oxford” que serão importadas do Serum Institute, na Índia, são idênticas à que já está sendo produzida e usada no Reino Unido.

A Fiocruz obteve autorização da Anvisa para importar, em caráter emergencial, dois milhões de doses da vacina já pronta, numa tentativa de antecipar o início de uma campanha de vacinação para janeiro. Mas antes disso a Fundação precisa entrar com um pedido para uso emergencial, o que deve ser feito até esta quarta-feira (6).

Para a Anvisa, “é necessário entender se o produto do fabricante indiano é semelhante ao fabricado no Reino Unido e que teve os dados clínicos aprovados”. No Reino Unido a imunização com a vacina, que foi desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca, começou nesta segunda-feira (4).

Idoso de 82 anos toma a primeira dose da Vacina de Oxford no Reino Unido. Imagem: BBC / Reprodução

A Fiocruz irá produzir no Brasil 100 milhões de doses da vacina de Oxford, sob licença da AstraZeneca. A entrega das primeiras unidades está prevista para o mês de fevereiro, com a conclusão do lote prevista para o primeiro semestre deste ano.

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A vacina de Oxford é a aposta do governo brasileiro para uma campanha de imunização da população, e tem vantagens sobre a vacina da Pfizer/BioNTech, que está em uso na Inglaterra desde o início de dezembro.

Entre elas o menor custo (cerca de US$ 4, ou R$ 21, por dose) e mais facilidade de armazenamento. A vacina da Pfizer precisa ser armazenada a uma temperatura de -70 ºC, ou perde sua eficácia em cinco dias.

Já a vacina de Oxford pode ser armazenada entre 2 ºC e 8 ºC em geladeiras já amplamente usadas para armazenamento de outros tipos de vacinas.

Eficácia da vacina de Oxford foi questionada

Em novembro a AstraZeneca anunciou que a vacina de Oxford tinha eficácia de 62% em voluntários que receberam duas doses e 90% em quem recebeu meia dose, seguida de uma dose completa.

Mas estes resultados foram colocados em questão após a empresa admitir que o segundo regime de aplicação foi resultado de um “erro humano”, e prometer apresentar resultados de testes extras.

Segundo Pascal Soriot, CEO da AstraZeneca, os novos resultados mostram que a vacina de Oxford tem eficácia de “100%” na prevenção de casos graves de Covid-19.

Entre as vacinas já aprovadas para uso na população, a da Pfizer/BioNTech tem eficácia de 95%, enquanto a da Moderna é de 94%. Segundo a Rússia, a Sputnik V tem eficácia de 91,4%.

Fonte: Folha de S. Paulo