O governo dos Estados Unidos estaria considerando incluir as chinesas Alibaba e Tencent a uma lista de empresas proibidas de receber investimento norte-americano.  A inclusão de duas das companhias mais valiosas da Ásia no grupo seria o maior avanço até então da política linha-dura de Donald Trump contra marcas supostamente pertencentes ou controladas pelos militares chineses.  

Funcionários do Departamento de Defesa que supervisionam as designações da lista repassaram a informação ao Wall Street Journal sob condição de anonimato. A relação original foi anunciada em novembro com 31 empresas, entre elas a ByteDance, controladora do TikTok. Tencent e Alibaba valem, juntas, mais de US$ 1,3 trilhão.

Segundo o Wall Street Jornal, membros dos departamentos de Estado e de Defesa debateram com o Tesouro se a adição de Alibaba e Tencent à lista teria amplas ramificações no mercado de capitais. A decisão final ainda depende de mais discussões – e pode até não acontecer.

A divulgação dessa intenção por parte dos EUA fez com que as ações das empresas despencassem na bolsa de valores de Hong Kong. Os papéis da Alibaba desvalorizaram em 3,9%, enquanto as da Tencent sofreram queda de 4,7%.

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Placa do Alipay em uma loja KLIA 2, na Malásia
O Alipay é uma das principais plataformas de pagamentos digitais do mercado asiático. Imagem: TY Lim/Shutterstock

Uma ordem executiva do presidente Trump já bloqueia indivíduos e empresas dos EUA de negociar com oito aplicativos de software chineses, incluindo Alipay, do Alibaba, e WeChat Pay da Tencent. A ordem, que entra em vigor em 11 de janeiro, proíbe os investidores norte-americanos de possuir ou negociar quaisquer títulos originados ou expostos a essas empresas. Os investidores terão até novembro de 2021 para desinvestir nas empresas.

Além de operar o WeChat (o app mais popular da China) a Tencent também possui participações em várias empresas de videogame dos EUA, como a Riot Games e a Blizzard.

Via: Wall Street Journal