Esta quinta-feira (7) foi bastante movimentada no Instituto Butantan. Depois que a entidade anunciou que a vacina CoronaVac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, registrou eficácia de 78% nos testes clínicos feitos no Brasil, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, confirmou a assinatura de um contrato com a entidade para a compra de 100 milhões de doses de vacina contra a doença.

Segundo Pazuello, a produção do Butantan será incorporada ao Plano Nacional de Imunização e distribuída em todo o país. Do total de unidades compradas, 46 milhões serão entregues até abril e outras 54 milhões até o fim do ano. O preço pago por dose é de pouco mais de US$ 10.

Elcio Franco, secretário-executivo do Ministério da Saúde, explicou que o contrato é para a compra inicial de 46 milhões de doses da CoronaVac e, em seguida, para a opção de compra de outras 54 milhões de unidades. Segundo ele, o contrato não prevê a compra do total imediatamente porque o Ministério da Saúde ainda não tem orçamento suficiente para a aquisição.

Para garantir a aquisição do imunizante, foi editada uma medida provisória. A nova regra prevê medidas excepcionais para compra de vacinas, insumos, bens e serviços de logística para a vacinação.

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Mesmo que todos os trâmites já estejam em andamento, ainda é necessário que a vacina seja aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que a compra seja efetivada. Segundo a Anvisa, o prazo para a análise do pedido de uso emergencial é de dez dias. Já para o registro definitivo, a avaliação demora até 60 dias.

Outras vacinas além da CoronaVac

Pazuello reforçou que o ministério negocia a aquisição de vacinas de laboratórios internacionais. Da Jansen, por exemplo, está prevista a chegada de 3 milhões de doses no segundo trimestre. Ele contou que só foi oferecida essa quantidade de unidades. “O que nos atende é o que é fabricado no Brasil. Se não for fabricado no Brasil, as quantidades sempre serão ínfimas se comparadas com a necessidade”, disse.

Com a Pfizer, o acordo não é muito diferente. Pazuello afirmou que a farmacêutica ofereceu 500 mil doses para janeiro, 500 mil para fevereiro e 2 milhões para março, abril, maio e junho. “Essa quantidade vacina apenas a metade da população da Grande Rio de Janeiro. São oito milhões de doses, ou seja, quatro milhões de pessoas vacinadas.” Já a Moderna prevê a entrega de 30 milhões de doses a partir de outubro. Só que o preço é alto: são US$ 37 por unidade.

Por enquanto, estão asseguradas doses vindas da AstraZeneca (2 milhões), do Instituto Butantan (100 milhões), da Fiocruz (210,4 milhões) e do consórcio Covax/Facility (42,5 milhões). Isso dá um total de 354 milhões de doses de vacina para serem distribuídas em 2021.

Início da vacinação

O início da campanha de vacinação do Ministério da Saúde contra a Covid-19 ainda não está definido, mas Pazuello reforçou que ela deve começar entre 20 de janeiro e começo de março. Ele explicou que tudo depende da liberação do uso dos imunizantes, como a CoronaVac, pela Anvisa.

“Na melhor hipótese, começa até 20 de janeiro. Em uma hipótese média, seria de 20 de janeiro a 10 de fevereiro. E, na hipótese mais alongada, a partir de 10 de fevereiro até o começo de março – isso seria se os registros e a produção tenham quaisquer percalços”, disse.