Para ajudar unidades de saúde locais em Manaus (AM), um grupo de jovens decidiu se mobilizar para entender quais as necessidades básicas enfrentadas por médicos em enfermeiros que atuam na linha de frente no combate à Covid-19.  

Após conversar com esses profissionais, um levantamento feito indicou a escassez de máscaras, luvas, aventais e fraldas geriátricas. Para tentar resolver a situação, uma arrecadação foi iniciada junto dos moradores para coletar recursos para compra e entrega desse material.  

No entanto, dois dias depois do início da campanha, o sistema de saúde do estado colapsou pela falta de oxigênio nas unidades de saúde. Por isso, a campanha, que antes era apenas regional, tomou proporções nacionais após ser compartilhada por famosos em redes sociais.  

Os jovens que estão envolvidos no projeto já trabalhavam em causas sociais no estado antes mesmo da pandemia. “Trabalhamos com ações voluntárias para atender pessoas em situação de rua, crianças e famílias carentes”, comenta Italo Malveira, membro do projeto Somar.  

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A meta de arrecadação inicial era de R$ 30 mil. Felizmente, até a noite de quinta-feira (14), os jovens, que têm entre 25 e 30 anos, levantaram R$ 300 mil. Agora, o plano é comprar todos os produtos e realizar as entregas aos necessitados.  

Além da aquisição dos itens, o grupo negociou a compra de tanques de oxigênio com outros estados. Para auxiliar no transporte, inclusive, eles chegaram a conversar com companhias aéreas para um possível frete solidário.  

No entanto, para que essa ação seja possível, algumas burocracias ainda devem ser resolvidas, como a autorização de transporte por parte da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).  

Falta de oxigênio 

A questão de Manaus é que a reserva de oxigênio do estado chegou ao fim e a empresa responsável pelo fornecimento não consegue suprir a demanda por conta de problemas de logística e devido ao rápido aumento de pessoas internadas que precisam de ajuda para respirar.  

Para se ter uma ideia, no ano passado, enquanto a pandemia atingiu seu pico no estado, os pacientes usavam cerca de 30 mil metros cúbicos de oxigênio – com o produtor local conseguindo fornecer 28 mil metros cúbicos diariamente. Já neste início de ano, o consumo subiu para 70 mil metros cúbicos. O que causou a situação vista atualmente. 

Via: Folha de São Paulo