Pouco mais de dez meses após a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar a Covid-19 como uma pandemia, e semanas depois dos primeiros países iniciarem a vacinação, o mundo atingiu a marca de mais de dois milhões de mortos pela doença. E o pior: janeiro de 2021 promete ser o mês mais fatal até agora.

Até agora, mais de 93,5 milhões de casos do novo coronavírus foram registrados. Ao que parece, a pandemia está piorando. Embora tenha demorado oito meses para o mundo registrar 1 milhão de mortes por Covid-19, o segundo milhão ocorreu em menos de quatro meses.

Quando foi declarada uma ameaça global, em março de 2020, a Covid-19 tinha matado 4.291 pessoas em 114 países, e contaminado outras 118 mil desde que o surto surgiu na China, em dezembro do ano anterior.

A primeira semana de 2021 viu o maior registro de mortos da série histórica, de acordo com a OMS, com 85,8 mil fatalidades. Comparando com a última semana de dezembro de 2020, houve um aumento de 11,34%. Os novos casos somaram mais de 5 milhões, um crescimento de 21,26%. Entre 4 e 16 de janeiro, já foram 65,9 mil mortos.

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Mortes pela Covid-19: cenário real pode ser pior

Esses números são baseados em relatórios fornecidos por autoridades de saúde de cada país – e desconsideram subnotificações e reavaliações posteriores, o que pode tornar o quadro real ainda mais grave.

Desde o início da pandemia, muitas previsões foram feitas, como o estudo do Imperial College de Londres que indicava 1,1 milhão de mortos no Brasil no pior cenário, se nada fosse feito – e que foi usado por muitos para desacreditar a gravidade da pandemia.

O Brasil é o segundo país com mais mortos, com 207 mil vítimas. Imagem: Photocarioca/Shuuutterstock

Por outro lado, em setembro, a OMS fez uma previsão mais certeira: chegaríamos aos dois milhões de mortos antes de termos uma vacina. É verdade que muitas doses já estão sendo aplicadas em diversos países, mas estamos longe da imunidade de rebanho esperada.

Com base nos relatórios mais recentes, os países com mais mortes foram os Estados Unidos (390 mil), Brasil (207 mil), Índia (151,9 mil), México (137 mil), Reino Unido (87,4 mil) e Itália (81,3 mil).

Se relacionarmos o número de mortes com o tamanho da população, a Bélgica lidera com 174 mortes por 100 mil habitantes, seguida pela Eslovênia (155), Bósnia-Herzegovina (134), Itália (133) e Tchéquia (130).

A marca de dois milhões de mortes coloca a Covid-19 à frente da Gripe Suína (H1N1) de 2009-2010, que vitimou 575 mil pessoas, da Gripe de Hong Kong (H3N2) de 1968-1970, e os dois surtos de H2N2, na Rússia em 1890 e na Ásia em 1958, todos com pouco mais de um milhão de mortos. O novo coronavírus ainda fica atrás da Gripe Espanhola, que matou mais de 50 milhões pelo mundo entre 1918 e 1919.

Via: OMS/John Hopkins University/CNN