De acordo com novo cronograma da Fiocruz, parceira da Oxford e AstraZeneca na produção da vacina contra Covid-19 no Brasil, a entrega do primeiro lote do imunizante poderá ser atrasada para o mês de março. Divulgada em dezembro, a estimativa anterior previa que a entrega fosse realizada por volta do dia 8 de fevereiro.

O motivo, de acordo com ofício encaminhado ao Ministério Público Federal nesta terça-feira (19), é o atraso na chegada do ingrediente farmacêutico ativo (IFA). O material, necessário para a produção do imunizante, estaria aguardando liberação da China.

“Estima-se que as primeiras doses da vacina sejam disponibilizadas ao Ministério da Saúde no início de março de 2021″, diz o documento. Nele, também é citado que o prazo estipulado leva em consideração que tanto a vacina quanto o IFA “apresentarão resultados de controle de qualidade satisfatórios, inclusive pelo INCQS” (Instituto Nacional de Controle da Qualidade em Saúde). Caso contrário, o prazo poderá ser ainda mais “esticado”.

A Fiocruz estima que, após o recebimento do insumo, será preciso mais de um mês para fornecer as vacinas. A estimativa da fundação é de que os testes de qualidade das doses possam levar 17 dias, além de mais dois dias de testes pelo INCQS.

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vacina da astrazeneca, da fiocruz
Sem dar detalhes, Fiocruz afirma que a vacina deverá ter produção 100% nacional. Imagem: Steve Heap/Shutterstock

Mais de 210 milhões de vacinas até 2021

A fundação estima que 50 milhões de doses sejam entregues até abril e 100,4 milhões até julho – o montante já havia sido prometido anteriormente. A Fiocruz cita, no novo documento, que os lotes de IFA chegarão em 30 remessas. No segundo semestre, ela estima entregar mais 110 milhões de vacinas. O total ultrapassa os 210 milhões de vacinas até o final do ano.

Apesar da divulgação do novo prazo, a Fiocruz informou que o cronograma de produção será detalhado assim que a data de chegada do IFA seja confirmada.

Também nesta terça-feira, o estado de São Paulo anunciou que idosos com mais de 75 anos serão imunizados a partir de 23 de março. A estimativa, divulgada pelo secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, também depende do recebimento de novas doses da CoronaVac.

Fonte: Folha de S.Paulo