Já faz algum tempo que os dispositivos inteligentes deixaram de ficar apenas em nossos bolsos e passaram a ocupar o nosso corpo. Relógios, anéis, pingentes e brincos estão sempre conosco, às vezes mais do que nosso celular. Os wearables registram o que fazemos, por onde andamos e até com quem conversamos, por isso não é exagero tomar cuidado com sua privacidade ao usar um smart device.
Atualmente, os smartwatches são os dispositivos mais comuns. É praticamente impossível navegar por lojas onlines sem encontrar dúzias deles, alguns de marcas pouco conhecidas. E a “procedência duvidosa” desses wearables é um motivo ainda maior para que você se preocupe com ataques à sua privacidade.
Mas não importa se seu wearable é uma pulseira inteligente que registra sua atividade física ou um pingente que acompanha seu sono, é sempre bom seguir algumas dicas para aumentar sua privacidade e segurança.
Como se proteger?
Conhecer a política de privacidade dos dispositivos ou dos aplicativos que os acompanham é provavelmente a primeira medida que você deveria tomar. Antes mesmo de comprar um aparelho “vestível”, é preciso saber como ele irá coletar seus dados e, principalmente, como eles serão usados e armazenados pela fabricante.
É sempre bom checar também se o aparelho necessita de alguma ação para parear com o smartphone, como apertar um botão ou inserir um código. Caso contrário é possível que ele funcione sempre no modo de auto-pareamento, procurando constantemente por uma conexão com um celular, o que significa que alguém que esteja no raio de alcance pode conseguir acessá-lo. E isso representa um grande risco.
Da mesma forma, os padrões de qualidade da própria fabricante devem ser avaliados. Saber se já houve algum tipo de vazamento de dados envolvendo a marca no passado e, se for o caso, como a empresa lidou com a situação já pode evitar futuras dores de cabeça.
Configurando o dispositivo
Se você já tem um wearable e quer garantir o maior nível de privacidade possível, há algumas medidas que podem ser tomadas. Primeiro, revise as configurações de segurança do dispositivo e do aplicativo usado para conectá-lo ao seu smartphone, optando sempre por menos compartilhamento de dados. Depois lembre de manter o aparelho sempre atualizado e de desligá-lo quando não estiver em uso.
Caso exista algum recurso de integração com outras plataformas (como publicar suas atividades físicas em redes sociais, por exemplo), avalie a possibilidade de desativá-lo. Quanto mais informações suas os apps de terceiros tiverem, mais desprotegido você está.
Também é crucial proteger seu smartphone, já que ele vai estar em comunicação constante com o wearable. Antivírus, gerenciadores de senhas e outros recursos de segurança são sempre importantes, até mesmo para quem não utiliza um dispositivo inteligente.
Privacidade além do uso
Para encerrar, é preciso falar de outras duas situações que merecem muita atenção. A primeira ocorre quando você precisa se desfazer do wearable. Nestes casos, é preciso se assegurar de que nenhuma informação sua estará armazenada no dispositivo, se possível indo além da opção “redefinir para as configurações de fábrica”. Em casos extremos, é recomendável até que o aparelho seja destruído.
A segunda envolve a proteção da privacidade alheia. Alguns equipamentos já possuem câmeras integradas e é necessário lembrar que seu direito termina quando começa o do próximo. Evite filmar ou fotografar outras pessoas sem permissão.
Via: Office of the Privacy Comissioner of Canada