Lembra da Sophia, aquele robô projetado para replicar expressões faciais humanas com precisão e que disse em uma entrevista que “tem alma”? Pois além de alimentar pesadelos pós-apocalípticos, a androide da Hanson Robotics pode usar sua capacidade de comunicação para atender idosos e pessoas doentes – uma habilidade essencial em tempos de pandemia.

“O mundo da Covid-19 vai precisar de mais e mais automação para manter as pessoas seguras”, afirma o fundador e presidente-executivo da empresa, David Hanson. Para o empresário, as soluções robóticas para a pandemia não se limitam à saúde, mas também podem ajudar os clientes em setores como varejo e companhias aéreas.

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Segundo um estudo do Fórum Econômico Mundial, o novo coronavírus adiantou o processo de substituição da mão de obra humana pela robótica. A pesquisa com 300 empresas revelou que quatro em cada cinco companhias de médio a grande porte devem eliminar 85 milhões de vagas humanas. Isso vai acontecer com a digitalização do trabalho e a implementação de novas tecnologias.

A Hanson Robotics possui quatro modelos de androides, incluindo Sophia, que começarão a sair das fábricas no primeiro semestre de 2021. Até lá, espera-se que a pandemia tenha criado novas oportunidades para a indústria de robótica. “Nossos robôs são únicos por serem tão parecidos com os humanos”, avalia Hanson. “Isso pode ser muito útil nestes tempos em que as pessoas estão terrivelmente solitárias e socialmente isoladas”, completa.

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De fato, muitos robôs estão sendo usados na pandemia para cumprir tarefas que já não são tão seguras para humanos. A Panasonic confirmou que pretende começar os testes com entregas em domicílio utilizando robôs autônomos. Spot, o cão-robô da Boston Dynamics vem atuando na triagem remota de possíveis pacientes com Covid-19.

Mas os produtos da Hanson se destacam pela possibilidade de interação entre humanos e máquinas. A Hanson Robotics está lançando este ano um robô chamado Grace, desenvolvido especificamente para o setor de saúde.

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 De acordo com um relatório da Federação Internacional de Robótica, as vendas mundiais de robôs de serviço profissional já viam crescendo 32% entre 2018 e 2019, atingindo um patamar de US$ 11,2 bilhões em faturamento. Hanson disse que pretende vender “milhares” de robôs em 2021, sem fornecer um número específico.

“Posso inferir que a pandemia realmente nos ajudará a colocar os robôs mais cedo no mercado porque as pessoas começam a perceber que não há outra maneira”, acredita o professor de robótica social Johan Hoorn, da Universidade Politécnica de Hong Kong.

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Via: Reuters