Em carta à empresa farmacêutica AstraZeneca, o Governo Federal deu seu aval para que um grupo de empresas privadas brasileiras adquiram um lote de 33 milhões de doses da vacina Covishield, conhecida como a “vacina de Oxford”.

Para que a operação aconteça, algumas condições têm de ser cumpridas. A mais importante é que metade do lote (16,5 milhões de doses) deverá ser doado ao SUS. É o suficiente para imunizar 8,25 milhões de pessoas.

Além disso, as empresas devem implementar um sistema de rastreamento das vacinas, não poderão vender as doses e deverão aplicá-las de graça em seus funcionários. Também deverão conseguir uma autorização para importação e para uso emergencial junto à Anvisa.

No momento o governo brasileiro tem 2 milhões de doses da Covishield, importadas do Instituto Serum na Índia. A principal vacina sendo usada no estágio inicial da campanha de vacinação é a Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan em São Paulo sob licença da indústria farmacêutica chinesa Sinovac. O lote inicial tinha 6 milhões de doses, e a Anvisa aprovou na semana passada um segundo lote, com mais 4,1 milhões de doses.

publicidade
Primeiro lote de 2 milhões de doses da Covishield foi importado da Índia. Vacina será produzida no Brasil pelo Fundação Oswaldo Cruz

A carta é assinada pelos ministros Wagner Rosário (Controladoria-Geral da União) e José Levi (Advocacia-Geral da União) e pelo secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco. Em cópia estão o Black Rock Holdings, que tem ações da AstraZeneca, e Gustavo Campolina, da BRZ Trading.

Segundo integrantes do governo, o Executivo não se opôs à compra porque o lote negociado pelas empresas é muito mais caro do que o que já foi adquirido pelo Ministério da Saúde. Cada dose custará US$ 23,79 (R$ 130,31), valor muito acima do praticado no mercado.

De acordo com a Folha de São Paulo, grandes empresas como a Ambev, Itaú, JBS, Santander, Vivo e Vale foram convidadas, mas decidiram não participar do grupo. A Ambev recebeu um contato inicial por telefone, mas não participou de novas conversas.

O Itaú desistiu após avaliar que a repercussão seria negativa para a imagem da empresa. Já a Vale não concordou com os termos que estavam sendo discutidos. A empresa defendia que as empresas comprassem as doses, mas doasem 100% para o governo.

Fonte: Folha de São Paulo

Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!