A chegada de vacinas contra a covid-19 reforçou a esperança de que seja possível conter a propagação da doença em todo mundo. Um estudo ainda sem revisão demonstra que a Covishield, desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com o laboratório AstraZeneca, apresenta eficácia de 76% três semanas após a aplicação da primeira dose.

Além disso, a eficácia da fórmula chega a 82,4% quando a segunda dose é aplicada três meses depois da primeira. O resultado anterior apontava eficácia de 54,9% quando a aplicação do reforço era feita com um mês e meio de intervalo. “Esses resultados confirmam os dados provisórios utilizados por mais de 25 órgãos reguladores para autorizar o uso emergencial da vacina”, comenta Andrew Pollard, pesquisador-chefe dos estudos clínicos.

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Segundo Pollard, os vacinados ficam protegidos contra a doença 22 dias após uma única dose da Covishield. “O estudo apoia a recomendação do Comitê Conjunto de Vacinação e Imunização (JCVI) da Organização Mundial da Saúde (OMS) de que haja um intervalo de 12 semanas entre a primeira e a segunda doses.” No momento, estuda-se a melhor estratégia de aplicação e intervalo entre as doses para a vacinação.

Covishield no Brasil

A vacina da AstraZeneca já está em uso emergencial no Brasil: 2 milhões de doses compradas do Instituto Serum, na Índia, foram distribuídas para todos os Estados do país. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que vai fabricar a substância por aqui, já enviou o pedido de registro definitivo para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O órgão tem 60 dias para avaliar a documentação.

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Até abril, a Fiocruz espera produzir 50 milhões de doses da vacina. Até julho, o número deve chegar a 100,4 milhões de unidades. Para o segundo semestre, está prevista a fabricação de mais 100 milhões de doses. Tudo isso depende da chegada do ingrediente farmacêutico ativo (IFA) e da emissão do registro pela Anvisa.

Outras cerca de 14 milhões de doses da mesma vacina devem chegar ao Brasil em fevereiro. Esse lote vem da aliança Covax, uma iniciativa da OMS para garantir o acesso igualitário às vacinas contra a Covid-19 a todos os cantos do planeta.

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O grupo reúne mais de 150 países e foi criado para incentivar o desenvolvimento e a distribuição de vacinas contra a Covid-19. Em 22 de janeiro, Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS, anunciou que a distribuição das unidades do imunizante começaria em fevereiro.

Via: Reuters