Depois de um mês fora do ar, a rede social conservadora Parler está de volta online. Tudo começou com a migração de domínio, depois que a plataforma foi retirada da Amazon Web Services (AWS). Segundo a empresa, a Parler foi punida por ter incentivado os ataques ao Capitólio, em Washington, em 6 de janeiro de 2021, conduzidos por seguidores do ex-presidente americano Donald Trump.

Em sua nova estrutura, a rede social agora está hospedada pela Epik, uma registrar de Washington que se tornou conhecida por afiliar-se a plataformas e canais de supremacistas brancos, neonazistas e figuras expoentes de extrema-direita. Segundo um comunicado divulgado pela rede social, o Parler conseguiu restaurar contas de antigos usuários, mas não suas respectivas linhas do tempo e publicações.

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Parler de volta
Depois de briga com a Amazon, o Parler volta ao ar afiliado a uma empresa conhecida por se associar a figuras da extrema-direita. Imagem: Ascannio/Shutterstock

Neste retorno, o Parler anunciou Mark Meckler como novo CEO. Ele assume o cargo em caráter interino por enquanto e fica no comando geral após a saída de John Matze, que diz ter sido dispensado no início de fevereiro. Meckler cofundou o grupo Tea Party Patriots.

Antigos usuários do Parler, como Tucker Carlson (apresentador da Fox News americana) e Devin Nunes, congressista do Partido Republicano, estão online, mas não publicaram nada ainda. Sean Hannity, outra figura conhecida da Fox News, já criou posts na nova estrutura.

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O Parler se autoproclama como apartidário, mas posts na antiga estrutura mostraram que a maior parte de seus usuários incentivava a tomada de ações físicas contra o setor político americano. A situação escalou a ponto de resultar nos ataques de 6 de janeiro ao Capitólio.

Estavam envolvidos, por exemplo, associados do QAnon. Esse movimento conspiracionista acusa integrantes do Partido Democrata de fazerem parte de uma organização secreta que incentiva “tráfico de crianças e práticas de pedofilia”. Segundo eles, Trump seria o indivíduo para “salvar o país”.

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Na ocasião, cinco pessoas morreram e outras 140 ficaram feridas. Naquele dia, os congressistas americanos estavam reunidos no Capitólio para conduzir a cerimônia de confirmação de vitória de Joe Biden, o atual presidente dos EUA.

O Parler acabou ficando offline dias depois do ataque, em 10 de janeiro, após a AWS suspender os serviços de hospedagem da rede social. Na mesma época, Apple e Google removeram o aplicativo da plataforma de suas lojas virtuais.

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Atualmente, a rede está envolvida em um processo judicial contra a Amazon. Por enquanto, a juíza Barbara Rothstein negou um pedido de reinstalação da plataforma e a disputa parece ir contra a rede social.

Fonte: The Verge