A primeira vacina contra a Covid-19 a receber registro definitivo para uso no Brasil é da Pfizer. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, liberou o imunizante nesta terça-feira. A fórmula foi testada em voluntários por aqui, mas não chegou a ser comprada pelo governo federal.

Essa é uma ótima notícia, segundo Maria Isabel de Moraes Pinto, infectologista e especialista em vacinas do Delboni Auriemo. Afinal, é mais um imunizante disponível neste momento em que o mundo todo luta para controlar a doença.

Esse tipo de liberação garante uma maior gama de usos ao imunizante da Pfizer. Ele pode, por exemplo, ser distribuído pela rede privada. Isso não quer dizer, entretanto, que estará disponível dessa forma neste primeiro momento: existe um acordo mundial de que as vacinas só serão oferecidas ao setor privado quando os governos tiverem terminado suas campanhas de imunização.

E isso tem motivo: além de haver uma limitação na capacidade de produção, há um entendimento de que é importante imunizar a população mundial de forma homogênea para evitar que novas variantes se desenvolvam. Ainda não há estimativas de quando as farmacêuticas vão vender suas vacinas para interessados de fora dos governos.

publicidade

Atualmente, há duas fórmulas em uso no país: a CoronaVac, da farmacêutica chinesa Sinovac, e a Covishield, desenvolvida pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, no Reino Unido. Por enquanto, ambas foram liberadas apenas para uso emergencial – o que significa que seu uso é restrito e que elas não podem ser comercializadas de forma geral.

As negociações da Pfizer com o ministério da Saúde têm sido bastante turbulentas. A vacina desenvolvida em parceria com a BioNTech ainda não está disponível no país porque, segundo o ministério, o contrato proposto pela farmacêutica diz que a empresa não se responsabiliza por efeitos adversos graves ocasionados pelo imunizante.

Além disso, as negociações de compra não incluem transferência de tecnologia. Isso quer dizer que ela não será fabricada no Brasil e terá de vir do exterior. CoronaVac e Covishield, por sua vez, serão fabricadas localmente pelo Instituto Butantan e pela Fiocruz, respectivamente.