A vacina contra Covid-19 da Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson, recebeu a confirmação de que atente aos requisitos de uso emergencial pela Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos Estados Unidos. A análise do órgão governamental concluiu uma alta eficácia, especialmente na prevenção de casos considerados severos, com a aplicação de uma dose.

A empresa já havia apresentado resultados positivos no fim de janeiro, mas a aprovação pela FDA atesta a qualidade do produto, que também está entre os potenciais imunizantes que poderiam ser adquiridos pelo Ministério da Saúde para distribuição no Brasil.

Agora que o parecer da FDA já foi apresentado, um comitê independente deverá analisar a questão na próxima sexta-feira (26), definindo se a vacina da Johnson & Johnson realmente poderá ser distribuída no país no regime emergencial.

O documento publicado pela agência confirma que a vacina da Johnson & Johnson demonstrou 66,9% de eficácia na proteção contra casos de nível moderado a grave em 14 dias após a aplicação e 66,1% após 28 dias.

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A proteção contra casos graves conferida pela vacina foi de 85,4% no geral. Analisando diferentes faixas etárias, foi possível perceber que a eficácia neste caso foi maior entre os adultos mais jovens (18 a 59 anos), com 91,7% de redução de riscos. Já entre quem tem 60 anos ou mais, a eficácia foi de 70,3%, mas o baixo número de casos acumulados nesta população traz incerteza sobre esse percentual.

Vale notar que a vacina da Janssen é a única de uma empresa do Ocidente a apostar em um regime de dose única contra Covid-19, o que pode ser crucial para enfrentar o desafio logístico e produtivo de vacinar bilhões de pessoas. A empresa também está testando um regime de duas doses, mas até o momento não tem resultados a apresentar. O outro imunizante de dose única é o da chinesa CanSino.

Para induzir resposta imune, a Janssen utiliza a tecnologia de vetor viral, que é um adenovírus (o Ad26) inofensivo para seres humanos, que é geneticamente alterado para trazer informações do Sars-Cov-2, “enganando” as células para produzirem proteínas do coronavírus. O risco deste tipo de plataforma é que o sistema imunológico pode reconhecer o adenovírus como ameaça e montar uma resposta contra ele, em vez de produzir defesas contra a proteína do coronavírus.