A cartografia não é a ciência que evolui mais rápido, o que é explicável, já que os modelos de mapa-múndi que nós temos, de certa forma, cumprem bem o seu papel.

Porém, inegavelmente, eles são bem antigos. Para se ter uma ideia, o modelo mais popular é o de Mercator, que foi proposto em 1559, mas existem outros mais recentes, apesar de menos populares. O Winkel Tripel, de 1921, que é muito usado por publicações como a National Geograpgic, ou o Dymaxion, criado em 1943.

Mas o professor John Richard Gott, da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, quer mudar esse cenário e propôs novo modelo de mapa-múndi.

O objetivo do acadêmico é tentar corrigir algumas distorções existentes nos modelos atuais, como a Groelândia e o continente africano com o mesmo tamanho ou o estado do Alasca maior que todo o México, por exemplo.

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Os acadêmicos usaram o modelo de Winkel Tripel como base. Crédito: Creative Commons/Wikimedia Communications

Lado A e Lado B

Essas distorções acontecem por uma razão simples, o mapa-múndi é uma projeção plana de um planeta que é redondo. Mas a ideia do professor Gott é igualmente simples, um mapa circular em frente e verso, como se fosse um disco de vinil.

E assim como nos antigos tocadores de música, o modelo proposto por Gott também tem um “lado a” e um “lado b”, que são os hemisférios norte e sul, respectivamente. Em outras palavras, trata-se de um esvaziamento do globo terrestre 3D em duas dimensões.

John Richard Gott trabalha no modelo desde 2006, em conjunto com David Goldberg, cosmologista da Universidade Drexel, na Filadélfia. Eles tomaram como base o modelo Winkel Tripel, que foi o que apresentou menos distorções dentro de um sistema criado pelos dois.

Modelo já recebeu críticas

Um objetivo dos estudiosos foi o de acabar com o que eles chamaram de “violência topológica”, uma incisão matemática, muitas vezes indo de um polo a outro no Pacífico. Para resolver isso, os dois fizeram que o modelo fosse além da borda.

Porém, para alguns estudiosos de mapas, como o húngaro Krisztián Kerkovits, este modelo acaba com um dos principais diferenciais de um mapa-múndi, que é a possibilidade de ver o planeta inteiro em uma única página.

Via: The New York Times

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