Por Marco Machado*

A voz é o tom do futuro. Conversar, ouvir, interagir. Nada mais natural, que interagir por voz, aprendizado primário de todos e bem antes da leitura e escrita. O hábito mais comum entre as pessoas é também, o que há de mais inovador quando falamos em aplicações e soluções tecnológicas. Previsível ou imprevisivelmente, a voz falou mais alto.

No mundo das invenções e avanços tecnológicos, agora é a vez do assistente de voz. As gigantes do setor ditaram essa tendência há alguns anos e já podemos dizer que os assistentes virtuais por voz estão prontos para dominar o mercado e incentivar cada vez mais ao consumo.

Com toda certeza todos já ouviram falar (literalmente) ou conhecem as soluções como Alexa, Siri ou Google Assistant. Este último permitiu, há pouco mais de um ano, que as marcas criassem os seus aplicativos de voz dentro do seu assistente e as empresas estão, desde então, entendendo como o voice comerce pode fazer parte da sua estratégia digital.

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Uma pesquisa feita pelo site voicebot.ai aponta que, somente neste ano, 34% dos CMOs brasileiros pretendem criar aplicativos de voz em 2021. Este número pode ser muito maior no cenário mundial se levarmos em consideração alguns dados de uma pesquisa recente do Digital Doughnut – uma das maiores comunidades digitais e de marketing do mundo – que mostra a tendência de hábitos e de uso dos assistentes de voz.

Nesta lista, cerca de 58% dos entrevistados fazem uso dos assistentes de voz para responder a perguntas gerais (curiosidades, informações de trânsito, entre outros). Além disso, 47% fazem uso para criar lembretes e alarmes e 34% usam também para interagir com outros dispositivos, como as casas inteligentes, carros e alarmes de segurança.

E é claro que, se os assistentes de voz tendem a mudar e impactar tanto o comportamento da população, no ambiente de trabalho não seria diferente. E é neste contexto que entram os assistentes virtuais aplicados a diversas questões do universo corporativo.

Assim como os bots e chatbots de texto, os robôs de voz e os assistentes estão chegando para ficar no mercado. Essa tendência pode ser verificada, principalmente, no setor de serviços e atendimento ao cliente. A cada dia, vamos percebendo a ausência de telas na jornada de atendimento aos consumidores. E isso não é somente uma coincidência.

O americano Christopher Ferrel, diretor Tecnologia e Redes Sociais do The Richards Group (uma das maiores agências de branding dos EUA), apresenta em suas palestras pelo mundo alguns dados interessantes sobre o termo cunhado por ele mesmo, o screenless: atualmente, cerca de 30% das navegações na web são feitas sem tela (screenless), sendo que somente nos EUA mais de 10 milhões de residências já possuem um aparelho screenless, totalizando aproximadamente 60 milhões de usuários utilizando dash buttons (como o Amazon Dash), headphones, controles com sensor de movimento, assistentes digitais entre outros.

O futuro é screenless. Em casa, no carro, no trabalho, no atendimento ao cliente. O próprio temor do toque deixado pela pandemia do Covid-19, adaptou o mundo ao touchless: Menos toques e mais comandos sonoros. Quem viver, se comunicará com seus dispositivos por voz.

*Marco Machado é Diretor de Transformação Digital e Sistemas da AeC