Nesta quinta-feira (4), a Kaspersky divulgou que encontrou na dark web vacinas à venda contra a Covid-19. Pesquisadores da empresa de cibersegurança identificaram anúncios para vacinas da Pfizer/BioNTech, AstraZeneca e Moderna, além de vacinas não verificadas. A empresa também informou que encontrou certificados de vacinação à venda.
A busca foi realizada em 15 mercados diferentes. Os preços por dose nos anúncios variam de US$ 250 (cerca de R$ 1.400) até US$ 1.200 (cerca de R$ 6.700). Mas o preço médio, informa, é de US$ 500 (cerca de R$ 2.800). Já o certificado de vacinação europeu custa de US$ 20 até US$ 25 (cerca de R$ 140), enquanto o russo custa de US$ 50 até US$ 70 (cerca de R$ 390).
Segundo os pesquisadores, os vendedores são principalmente da França, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos. Já as comunicações com os compradores são feitas por aplicativos de mensagens criptografadas, como o Telegram ou Wickr. Vale citar que as primeiras vacinas foram aprovadas nos EUA em dezembro, enquanto a campanha de vacinação brasileira foi iniciada em janeiro.

O pagamento pelas vacinas na dark web é regularmente feito em forma de bitcoin, mas alguns vendedores aceitam outras criptomoedas. A Kaspersky alerta que isso pode dificultar o rastreamento e identificação dos vendedores.
Alguns vendedores, informam os pesquisadores, já realizaram de 100 a 500 transações de vacinas e podem enviar os pacotes para o mundo todo.
Incertezas sobre vacinas
Os pesquisadores alertam, no entanto, que compras no mercado negro da internet são um negócio arriscado. Além da incerteza sobre a dose ser real ou não, o comprador não tem nenhuma garantia de que receberá o produto anunciado. Para apoiar as vendas foram encontrados, inclusive, comentários de supostos compradores elogiando a entrega e embalagem das vacinas.

Também é preciso observar outros pontos importantes, como o fato de que a solução comercializada pode ser inofensiva ou “até algo realmente perigoso”. Além disso, as doses de vacina da Pfizer/BioNTech devem ser mantidas a -70º. A vacina da Moderna, por sua vez, precisa ser armazenada em -20º de temperatura. Tendo isso em mente, é impossível garantir que as vacinas sejam transportadas de forma ideal.
A publicação da Kaspersky também cita que “instituições médicas, farmácias e hospitais em todo o mundo costumam terminar o dia com sobras de vacina. Não é inconcebível que alguém que trabalha nessas instalações possa embolsar as doses extras e se conectar com intermediários da dark web para vendê-las”.
Fonte: Kaspersky