Boa parte do interior de São Paulo vai adotar o lockdown proposto pela prefeitura de São José do Rio Preto. Além do município, outras 11 cidades já anunciaram que vão colocar a ideia em prática e a expectativa é de que novas adesões se confirmem em breve. O objetivo é aliviar o impacto da pandemia do novo coronavírus.

Em reunião por videoconferência com 48 colegas, o prefeito Edinho Araújo (MDB-SP) ressaltou que um dos principais hospitais da região, que atende 102 municípios, está perto de ter 100% de sua capacidade ocupada e já não pode receber pacientes em estado grave. Por isso, há um temor de que, se medidas restritivas não forem tomadas, a estrutura do sistema de saúde do interior paulista entre em colapso.

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Imagem mostra o prefeito Edinho Araújo, de São José do Rio Preto. Ele decretou lockdown na cidade do interior de São Paulo
Prefeito de São José do Rio Preto, Edinho Araújo, decreta lockdown e é seguido por outros 11 municípios. Imagem: Gustavo Lima/Câmara dos Deputados

A proposta de lockdown de São José do Rio Preto prevê que apenas as atividades essenciais funcionem, em horários reduzidos e por delivery. Em outras palavras, mercados e mercearias, por exemplo, não devem aceitar a visita dos consumidores e farão apenas entregas de compras feitas online.

O decreto deve ser publicado nesta terça-feira (16), para efeito a partir de quarta-feira (17) e duração até 21 de março. O objetivo é que, nesses cinco dias, o volume de novas infecções por Covid-19 seja reduzido e as prefeituras possam, gradativamente, tornar as restrições menos rígidas. Se não funcionar, o lockdown no interior pode continuar.

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Além de São José do Rio Preto, também devem aderir os municípios de Ibirá, Nova Aliança, Nova Granada, Palestina, Mira Estrela, Icém, Guapiaçu, Monte Aprazível, Jales, Bady Bassitt e Sales. Todos esperam a publicação do decreto de Edinho Araújo para determinar suas regras locais.

Sem lockdown na capital

As restrições no interior de São Paulo não são iguais às medidas sugeridas pelo governador João Dória (PSDB-SP), que entraram em vigor na segunda-feira (15) e devem ser seguidas pelo menos até 30 de março de 2021. A fase emergencial do Plano São Paulo não é um lockdown completo, já que diversos serviços continuam a atender clientes pessoalmente, mesmo em horários reduzidos.

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Entre as normas implementadas pelo governo estadual, válidas para todo o Estado de São Paulo, está o toque de recolher, que encoraja a permanência em casa entre 20h e 5h. Estabelecimentos que tentarem violar as restrições podem ser multados e, em casos mais graves, ter seus gestores presos e a unidade lacrada. Consumidores também podem ser abordados e questionados pela Polícia Militar nesse período.

João Doria em coletiva anunciando novas medidas de combate contra a Covid-19
O governador do Estado de São Paulo, João Dória, decretou fase emergencial com mais restrições. Imagem: Governo do Estado de São Paulo/Divulgação

Para atravessar esse período, as empresas receberam recomendações de escalonamento de expediente, de forma a evitar aglomerações no transporte público. Além disso, atividades administrativas de setores não essenciais devem ser realizadas de forma remota (em home office). Já as escolas públicas ficam abertas apenas para oferecer alimentação aos alunos.

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Celebrações religiosas e atividades esportivas coletivas estão proibidas. As medidas atingem, ainda, o Campeonato Paulista de Futebol, que foi suspenso. A Federação Paulista de Futebol (FPF) acionou o Ministério Público (MP) contra o impedimento, mas o órgão ainda não deliberou sobre o caso. Se a proibição for mantida, a FPF estuda levar as partidas para outros Estados e continuar seu calendário de 2021 fora de São Paulo.

Fonte: Band / G1 / O Tempo