Já faz algumas semanas que especialistas apontam para a necessidade de adoção de um lockdown em todo o país. Mesmo assim, o novo ministro da Saúde, o cardiologista Marcelo Queiroga, diz que a medida só deve ser utilizada em situações extremas, mas não pode ser uma política de governo.

Para ele, quanto mais eficientes forem as medidas sanitárias, mais rápido vai haver uma retomada da economia. “Tem outros aspectos da economia para serem olhados”, avalia. O médico não detalhou, entretanto, quais normas serão adotadas para que a situação seja resolvida. A transição entre a equipe atual e a nova deve durar até duas semanas.

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Além disso, o cardiologista deixou claro que dará continuidade ao trabalho no ministério da Saúde. “A política é do governo Bolsonaro, não do ministro da Saúde. O ministro executa a política do governo”, afirma. “Eu fui convocado pelo presidente Bolsonaro para dar continuidade ao trabalho e conseguirmos vencer essa crise na saúde pública brasileira.”

Posições públicas

No decorrer da pandemia, o médico deu declarações sobre seus posicionamentos. Na primeira reunião com o atual ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, nesta terça-feira (16) ele compareceu de máscara e pediu que os jornalistas não se aglomerassem. Suas declarações até agora, entretanto, demonstram que não deve haver mudanças bruscas na forma como o tema tem sido conduzido.

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Ao ser sondado para ocupar o cargo, no domingo (14), Queiroga afirmou que a cloroquina não seria parte de sua estratégia de enfrentamento da pandemia se ele fosse ministro. “A própria Sociedade Brasileira de Cardiologia não recomenda o uso nos pacientes, nem eu sou favorável porque não há consenso na comunidade científica.”

Marcelo Queiroga é o quarto ministro da Saúde brasileiro em um ano. Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Agora, ele diz que, embora não haja tratamento para Covid-19, os “médicos têm autonomia para prescrever”. E vai além: diz que é preciso chegar a um ponto comum em relação ao tratamento precoce. Vale lembrar que a comunidade científica reforça que não existe profilaxia contra a doença.

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Em relação à imunização, Queiroga afirma que o governo federal quer vacinar a população o mais rápido possível. “Ele quer que o conceito de que o Brasil sabe vacinar se repita e a gente consiga vacinar a população, que é a maneira mais eficiente de prevenir a doença.” Parece que a medida vem em momento tardio, mas todos torcem para que agora ela deslanche de verdade.

Via: Folha/Estadão