Foi divulgado o vídeo de gameplay de ‘Six Days in Falljuah‘, jogo de tiro em primeira pessoa baseado nos eventos da vida real e conflitos que ocorreram na cidade destruída em 2004, durante a Guerra do Iraque. Assista abaixo:
O anúncio da prévia do jogo foi feito nesta terça-feira (23) pelo sargento veterano dos Estados Unidos (EUA), Jason Kyle, e os desenvolvedores da Victura e Highwire Games. No vídeo, que conta com pouco mais de seis minutos, depoimentos de alguns militares que participaram da ação na vida real alternam com a gameplay propriamente dita em um dos cenários presentes na campanha.
No material de divulgação de ‘Six Days in Fallujah‘, é possível também ver alguns elementos conhecidos em alguns títulos do gênero de tiro e guerra – vistos frequentemente na franquia Call of Duty –, por exemplo, a visão mais embaçada ao passar de um ambiente escuro para uma área clara e alguns outros.
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O jogo será lançado ainda em 2021 para PC e consoles a serem confirmados posteriormente.
‘Six Days in Fallujah‘: do cancelamento à polêmica
Antes mesmo de ser lançado, o game já é cercado de polêmicas. ‘Six Days In Fallujah‘ foi cancelado em 2009 pela Konami, que seria a responsável pela distribuição do título. Na época, houve confusão por conta do enredo do jogo, que é baseado em um cenário com crimes de guerra.
A cidade de Fallujah (Faluja, em português) foi destruída em meio à Guerra do Iraque em 2004, e entidades humanitárias acusam até hoje soldados norte-americanos e britânicos de massacrar a população local.
De acordo com registros históricos, cerca de 1 mil moradores de Faluja morreram durante as ações militares no país do Oriente Médio. As discussões sobre o jogo em 2009 eram de que nenhuma produção artística ou cultural deveria “glorificar os crimes cometidos na região ou exaltar o nacionalismo norte-americano”.
Em fevereiro, a Victura e a Highwire Games anunciaram que retomaram a produção do jogo ao lado de profissionais que trabalharam em outros games de guerra, como ‘Halo‘ e ‘Destiny‘. Segundo as empresas, o título será totalmente novo em comparação com o que era antes do cancelamento e está sendo desenvolvido ao lado de mais de 100 militares, incluindo fuzileiros navais e soldados que estiveram na linha de frente da batalha em Faluja, e civis iraquianos que compartilharam histórias pessoais, fotografias e vídeos para contribuir com o projeto.
“Esta geração mostrou sacrifício e coragem no Iraque tão notável como qualquer outra na história. E agora eles estão oferecendo ao restante de nós uma nova maneira de entender um dos eventos mais importantes do nosso século. É hora de desafiar estereótipos desatualizados sobre o que os videogames podem ser”, argumentou Peter Tamte, CEO da Victura e ex-presidente da Atomic Games, estúdio que estava desenvolvendo o jogo em parceria com Konami em 2009.
“Às vezes, a única maneira de entender o que é verdade é experimentar a realidade por si mesmo”, disse o ex-sargento da Marinha Eddie Garcia, que foi ferido durante a Batalha de Faluja e que propôs a ideia original para ‘Six Days in Fallujah‘ ainda em 2005.
Nova tecnologia
Além da polêmica toda em volta do jogo, ‘Six Days in Fallujah‘ contará com uma tecnologia inovadora desenvolvida pela Highwire Games chamada de “Arquitetura Procedural”, que remodela todo o campo de batalha cada vez que o game é jogado, renderizando edifícios inteiros e blocos da cidade processualmente.
“Os fuzileiros navais nos disseram que nunca sabiam o que os esperava atrás da porta”, disse o diretor criativo de ‘Six Days in Fallujah’, Jaime Griesemer. “Mas, em videogames, jogamos os mesmos mapas indefinidamente. O simples fato de saber o layout de um edifício com antecedência torna um encontro de combate em um videogame muito diferente do combate real.”
“Memorizar mapas é falso. É simples assim”, afirmou o sargento Adam Banotai, que liderou um esquadrão de fuzileiros navais bloco a bloco em Faluja. “Entrar em um prédio ou bairro desconhecido é assustador. Você não tem ideia do que está para acontecer, e esta é uma das razões pelas quais tivemos tantas baixas.”
Fonte: IGN
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