Pesquisadores da Faculdade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) apontam que o sono dos polvos é muito parecido com o dos humanos. Acredita-se que os animais podem chegar a sonhar devido à grande movimentação e até troca de cor durante este período, visitando a fase REM já conhecida no sono humano.

Segundo a pesquisa, o sono desses animais é divido em duas fases. Na primeira, chamada de sono tranquilo, os polvos estão pálidos e imóveis com as pupilas dos olhos quase que fechadas. Já na segunda parte, chega o sono ativo, em que os olhos piscam rapidamente, as ventosas e os músculos se contraem, as texturas da pele mudam e as cores chegam a se alternar entre o pálido e o brilhante.

Assista no vídeo:

Vídeo mostra a alteração no sono dos polvos

Essa parte ativa do sono é muito parecida com a fase REM presente no descanso humano, na qual os olhos piscam rapidamente e os sonhos estão presentes. Mas o ciclo do sono da criatura com tentáculos tende a ser extremamente curto, durando apenas 40 segundos, enquanto o sono estável se mantém durante 7 minutos. Segundo os pesquisadores, esse ciclo de sono do polvo além de semelhante ao dos humanos, parece com o de outros mamíferos, aves e répteis.

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A principal autora do estudo, Sylvia Medeiros, do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, disse que as descobertas sugerem que os polvos podem estar sonhando, ou experimentando algo semelhante. “Se os polvos sonham de fato, é improvável que eles experimentem enredos simbólicos complexos como nós fazemos”, completou.

Com o estudo, os cientistas procuram estabelecer maiores esclarecimentos sobre as origens e a evolução do sono. “A investigação do sono e dos sonhos nos polvos nos dá um ponto de vantagem para a comparação psicológica e neurobiológica com os vertebrados, já que o polvo tem várias características cognitivas sofisticadas que são vistas apenas em espécies vertebradas, mas com uma arquitetura cerebral muito diferente”, afirmou o coautor do estudo Sidarta Ribeiro, fundador do Instituto do Cérebro.

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