Mercados sem caixas, seguranças ou outros funcionários. Essa é a nova aposta da rede Carrefour para o Brasil. Nesta semana, o grupo francês lançou suas duas primeiras unidades 100% autônomas em São Paulo, o que pode facilitar compras de supermercado em tempos de pandemia do coronavírus.

O formato, similar ao modelo adotado nas lojas Amazon Go, é totalmente automatizado: todos os processos — desde a chegada na loja até o pagamento dos produtos — são feitos via smartphone e dependem apenas do próprio cliente.

Por meio da ferramenta Scan&Go, o aplicativo Meu Carrefour gera um QR Code para que a entrada do cliente seja liberada na unidade autônoma. Ainda no app, o usuário faz a escolha dos produtos e o pagamento das mercadorias, como se fosse uma compra de e-commerce. Ao invés da nota fiscal, no entanto, a aprovação da compra gera outro código para liberar a saída do estabelecimento.

Isso significa que, na prática, o Scan&Go é a principal ferramenta dos mercados autônomos do Carrefour. “Nós já tínhamos a funcionalidade do Scan&Go desenvolvida, que está presente em outras lojas. No caso da loja autônoma ela é a principal e única funcionalidade”, disse ao Estadão, João Gravata, diretor de Proximidade do Carrefour.

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Ferramenta Scan&Go, adotada nos novos mercados autônomos do Carrefour
Ferramenta Scan&Go é a base para o funcionamento dos mercados autônomos do Carrefour. Foto: Octus_Photography/Shutterstock

Além de ter o app Meu Carrefour baixado no smartphone, o outro pré-requisito é ter mais de 18 anos para entrar em uma dessas unidades — já que a compra de bebidas alcoólicas, cigarros e outros produtos destinados para maiores de idade não são supervisionadas.

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Futuro

Por ora, poucas pessoas conseguirão desfrutar da modernidade dos mercados autônomos do Carrefour. Isso porque as unidades foram lançadas em pontos estratégicos e, de certa forma, restritos: uma em um condomínio fechado de São Bernardo do Campo e outra no centro empresarial Cow, no bairro Brooklin (SP).

A expectativa é de que o modelo se expanda para outras unidades, mas o foco deverá ser mantido nas lojas em condomínios, de 15 a 45 metros, já que unidades menores podem oferecer com mais facilidade a estrutura tecnológica requerida.

Isso sem contar que mercados dentro de ambientes de moradia dispensariam longas viagens em tempos de pandemia. Além disso, como todo o processo de compra dá-se de forma rápida e prática, seriam evitadas aglomerações e filas dentro do estabelecimento.

Embora ainda seja cedo para qualquer avaliação, o Carrefour parece apostar no modelo autônomo para um futuro próximo. “A gente acredita muito nesse modelo […]. A jornada está bem desenhada, claro que precisamos evoluir, mas está encaminhada”, afirmou Luiz Rufino, diretor de Inovação do Carrefour.

Fonte: Estadão