O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fez uma proposta um tanto incomum neste domingo (28). Por conta da crise econômica crônica que o país enfrenta, o mandatário ofereceu usar petróleo para pagar por vacinas contra a Covid-19.

Maduro não deu detalhes sobre como a operação aconteceria, mas esta seria também uma forma de conseguir exportar seu petróleo. A estatal petroleira venezuelana, a PDVSA, enfrenta um embargo dos Estados Unidos e outros parceiros comerciais dos americanos.

De acordo com o político, a Venezuela trabalha para pagar por imunizantes enviados pelo consórcio Covax Facility, da Organização Mundial da Saúde (OMS), aliança internacional que oferece imunizantes a países pobres.

Os pagamentos já são feitos por meio de fundos venezuelanos bloqueados no exterior. A ideia de Maduro seria o envio de remessas de petróleo como uma segunda alternativa de pagamento.

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“A Venezuela tem os navios petroleiros e os clientes que comprarão nosso petróleo”. Declarou Maduro à rede de televisão estatal. “Estamos prontos e preparados para trocar o petróleo por vacinas, mas não vamos implorar a ninguém”, completou.

Vacinação na Venezuela

Vacina foi feita em parceria entre a Universidade de Oxford e a farmacêutica Astrazeneca. Imagem: Lutsenko_Oleksandr / Shutterstock.com
Governo venezuelano não quis receber vacina de Oxford. Imagem: Lutsenko_Oleksandr / Shutterstock.com

Atualmente, a Venezuela conta com imunizantes enviados por dois de seus poucos aliados políticos, a China e a Rússia. No entanto, governo e oposição vinham negociando outras vacinas com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) para que o país tenha mais opções.

Mas na última semana o governo venezuelano declarou que não aceitaria receber a vacina Oxford/AstraZeneca, que é o imunizante mais difundido pelo Covax Facility na América Latina.

De acordo com o governo dos Estados Unidos, Nicolás Maduro fraudou as urnas em 2018 para conseguir sua reeleição e cometeu uma série de violações aos direitos humanos para reprimir seus opositores.

Desde então, o país enfrenta uma série de sanções comerciais e vê sua economia derreter. Para Washington, Maduro sequer é o presidente da Venezuela, uma vez que, desde 2019, eles e mais cerca de 50 países, incluindo o Brasil, consideram Juan Guaidó como o presidente de fato.

Com informações da Reuters

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