O Spotify anunciou nesta terça-feira (30) a compra da startup Betty Labs, empresa responsável pelo app de transmissão ao vivo de áudio Locker Room, focado em discussões sobre o universo dos esportes. A aquisição não teve seus valores divulgados, mas o Locker Room seguirá disponível nas lojas virtuais do iOS e Android – ainda que o Spotify vá reconstruí-lo para dar-lhe a capacidade de abranger outros assuntos.

A compra da Betty Labs mostra que o Spotify ainda não terminou de investir no segmento de áudio. Já há pelo menos três anos, a empresa sueca vem investindo na produção de áudios e comentários pré-gravados, o que culminou na criação de uma área específica de podcasts. Agora, com a chegada do Locker Room ao seu portfólio, o Spotify chega ao mercado do áudio ao vivo e, consequentemente, se posicionando como competidor direto de um outro app de recente popularidade: o Clubhouse.

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Ferramenta extra para criadores

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O setor de áudio em tempo real é o próximo passo no crescimento do Spotify, que vem investindo em podcasts. Imagem: Jacob Lund/Shutterstock

A percepção do Spotify é a de que o áudio ao vivo se tornou a ferramenta ideal para que criadores de conteúdo possam se conectar com seus públicos-alvo em tempo real. Entretanto, o desejo da empresa é o de que a aquisição permita aos seus assinantes – não só criadores, mas qualquer pessoa – apresentarem sessões de discussão em áudio ao vivo.

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Atualmente, três grandes apps já fazem isso: Discord (onde qualquer um pode ter seu próprio server), Clubhouse e Spaces – este último, um lançamento recente do Twitter. No caso do Spotify, porém, a ideia é manter a plataforma de streaming musical e podcasts separada do Locker Room (ou seja lá como ele venha a se chamar no futuro).

“Mas quem sabe, não é? Talvez a gente integre algumas dessas funções, ou todas essas funções, no futuro”, disse Gustav Söderström, chefe de pesquisa e desenvolvimento do Spotify, ao The Verge. O executivo diz que usuários já usam o Spotify como uma plataforma para upload de suas sessões em outros apps: no Clubhouse, por exemplo, é possível gravar uma sessão em formato .mp3 e fazer o upload do arquivo completo no app da empresa sueca, como se fosse um podcast. “A gente pode só estar querendo tornar tudo isso mais fluido”, disse Söderström.

O mercado de áudio ao vivo vem se aquecendo bastante desde o começo de 2020. Mesmo em um período de pandemia da Covid-19, não apenas o Spaces começou a ser desenhado pelo Twitter, mas o Clubhouse nasceu e chegou no mesmo ano. Fora isso, a Amazon comprou a rede de podcasts Wondery, enquanto o próprio Spotify firmou acordos com criadores populares de podcasts – como Joe Rogan, nos EUA, ou Nathália Rodrigues (Nath Finanças).

Fonte: The Verge