Por Kaique Lima e Matheus Barros
O OnlyFans é uma das redes sociais que mais tem crescido e dado o que falar. Com a adesão em massa de grandes celebridades e a possibilidade de um contato próximo entre personalidades e seus fãs, o site vê uma crescente no número de usuários e também na quantidade de pessoas ofertando seu conteúdo por lá.
Segundo dados da própria plataforma, em fevereiro deste ano eles contavam com mais de 100 milhões de usuários ao redor do mundo, sendo que 1 milhão eram criadores de conteúdo. Além disso, o número de novas contas também é crescente, com cerca de 500 mil novas contas criadas a cada mês.
Mas afinal, o que é OnlyFans?
O OnlyFans foi fundado em 2016 pelo britânico Tim Stokely com o objetivo de ser “uma plataforma de mídia social onde criadores podem monetizar seu conteúdo e interagir diretamente com seus fãs”. Na prática, os criadores cobram uma mensalidade para que as pessoas o sigam e podem vender mais conteúdos extras por uma quantia que é determinada por eles mesmos.
Esse sistema não é único ou exclusivo, existe uma série de plataformas de financiamento coletivo ou assinaturas mensais, como o americano Patreon e os brasileiros Padrin, Catarse e Apoia.se. No entanto, o OnlyFans, de certa forma, revolucionou os sistemas de assinatura, possibilitando aos criadores venderem seus conteúdos de forma mais incisiva.
“O OnlyFans ampliou esse universo de possibilidades, nele, o criador de conteúdo ou o artista pode vender qualquer coisa. Pode vender autógrafo, número do WhatsApp, um áudio mandando ‘parabéns pra você’ e tem gente vendendo de tudo”, explica o professor de marketing digital Edney Souza, o Interney.
Por ter nascido com a proposta de ser um ambiente quase sem censura, logo o site se tornou um local quase que exclusivo para venda de conteúdo erótico. Apesar disso, qualquer conteúdo podia ser produzido ali, como fotos, músicas, vídeos, textos e até transmissões ao vivo, com a monetização feita sempre pelos seguidores.
A pandemia do novo Coronavírus pode ser considerada um ponto de virada para o site e a forma como ele é usado. “Com a pandemia, alguns formatos não tão populares de monetização se tornaram mais populares”, conta Interney. “Todas as campanhas presenciais sumiram e isso afetou o mundo da música, os shows foram suspensos completamente”, completa.
Além de se apresentar ao vivo, os artistas ganham alguns “extras” com seus shows, como a venda de pulseiras vips para o chamado “meet & greet” que é um evento em que os fãs pagam para conhecer seus ídolos.
Para substituir os shows, os cantores usaram as lives, para substituir os encontros pagos, uma solução foi o OnlyFans. Entre os artistas que entraram no site neste período, estão alguns de peso, como Anitta e Cardi B, que são bem ativas por lá.
Cada um deles divide um tipo diferente de conteúdo com seus seguidores. Anitta, por exemplo, costuma contar segredos ou detalhes de sua vida íntima, já Cardi B, quase sempre envolvida em polêmicas, diz usar o site para “esclarecer as coisas e controlar sua narrativa pública” em transmissões ao vivo regulares.
Ganhos milionários
No momento em que criam sua conta e têm o cadastro aprovado, os criadores de conteúdo decidem o preço de toda e qualquer coisa que é disponibilizada por eles, desde o valor mensal ou semanal da assinatura, passando por se haverá ou não níveis de acesso dados por diferentes valores, até itens e conteúdos exclusivos que são vendidos ou leiloados pela pessoa.
Por ser uma plataforma que se coloca como sem censura, desde que “todos os usuários estejam seguros, com tolerância zero para discriminação ou assédio”, alguns conteúdos que podem ser considerados mais fortes são colocados à venda. Mas para ter acesso a eles, quem se interessa precisa pagar valores muito altos por isso.
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Apesar de tanto a rede quanto seus criadores serem bastante reservados em relação aos valores praticados, o OnlyFans afirma que pelo menos 100 criadores já receberam mais de US$ 1 milhão (R$ 5,68 milhões) por conteúdos ofertados na plataforma.
Em dezembro de 2019, o OnlyFans pagou aos seus criadores de conteúdo o total de US$ 64 milhões (R$ 363,32 na cotação atual). O valor já era relativamente alto, mas cresceu assustadores 370% no mesmo período de 2020, indo para perto de US$ 300 milhões (R$ 1,7 bilhão na cotação atual).
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