A IBM é a mais recente a entrar para o grupo de empresas que prevê um modelo de trabalho híbrido, remoto e presencial, no pós-pandemia. Segundo o CEO, Arvind Krishna, cerca de 80% dos colaboradores não devem voltar a trabalhar no modelo tradicional quando a ida aos escritórios estiver autorizada.

Em entrevista à Bloomberg, o executivo afirmou que os colaboradores devem ir ao escritório pelo menos três dias por semana, mas ainda não há certeza sobre como será essa flexibilidade – podendo, inclusive, ser com relação às horas de trabalho e não apenas ao dia.

“Talvez não todas por oito ou 10 horas, mas ao menos alguma fração desses três dias [será] no escritório”, disse ele, complementando que os outros 20% possivelmente ficarão no modelo home office todo o período.

Homem trabalhando de casa
Home office é modalidade adotada por grande parte das empresas nos últimos meses, especialmente por conta da pandemia. Créditos: Shutterstock

Os colaboradores que possuem filhos são uma parcela dos funcionários que estão totalmente remotos e que permanecerão nesse regime até que as escolas voltem a funcionar normalmente.

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Contrapartida e desafios

Apesar de menos pessoas indo às empresas significar uma grande redução em custos, já que os escritórios não precisarão mais ser tão grandes para comportar o equivalente em pessoas, ainda há receios.

A principal preocupação do CEO da IBM com aqueles que escolherem permanecer trabalhando em casa em período integral é com relação à evolução da carreira do colaborador, especialmente se o cargo é de liderança.

“Se eles quiserem se tornar gestores de pessoas, se quiserem ter responsabilidades crescentes, ou se quiserem construir uma cultura dentro de suas equipes, como faremos isso remotamente?”, questionou também.

Ainda segundo Krishna, cerca de 5% da força global da empresa ainda deve trabalhar no regime regular, com necessidade de idas diárias aos escritórios.

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Obstáculos do trabalho à distância

Krishna não é o único a pensar assim. A preocupação do executivo com um modelo de trabalho híbrido é bastante recorrente, especialmente em empresas como a IBM, que possuem anos de tradição e nasceram com uma estrutura voltada para o trabalho presencial e não remoto.

Executivos apontam os maiores desafios do trabalho remoto. Créditos: alphaspirit.it/Shutterstock

Prova disso são os dados da pesquisa da consultoria brasileira AL+ People & Performance Solutions, realizada em agosto de 2020, que contou com a participação de 177 executivos entre CEOs, acionistas e empresários.

Para cerca de um terço (33,9%) de líderes do mercado, o maior obstáculo para o trabalho remoto é manter a equipe engajada à distância.

Manter a cultura organizacional viva e remotamente também foi um desafio citado por 25,4% dos respondentes.

Ainda assim, a modernização das relações de trabalho, além da crescente possibilidade que o digital traz em termos de produtividade e auxílio na comunicação entre equipes, têm suprimido algumas inquietações.

Como relata outro dado da pesquisa, que mostra que 31% dos entrevistados perceberam que uma liderança remota é, sim, viável.

Outro estudo da FIA revela que, para 68% dos líderes pesquisados, a abordagem de trabalho remoto está funcionando perfeitamente durante a pandemia. O levantamento, de abril de 2020, considerou respostas de 139 empresas brasileiras.

Via: Business Insider, Infomoney,