De forma discreta, o Nubank realizou uma “troca das cadeiras” importante dentro da alta cúpula da empresa: a cofundadora Cristina Junqueira tornou-se a CEO do banco digital no Brasil no lugar do também cofundador David Vélez, que vai manter-se como CEO global da empresa.

Apesar de não ter sido oficializada pelo banco, a troca no comando consta no relatório anual da companhia referente a 2020. “No dia 19 de fevereiro de 2021, a Companhia reconheceu em Assembleia Geral Extraordinária a renúncia do diretor presidente, Sr. David Vélez Osorno, conforme carta apresentada, sendo conduzida ao cargo de Diretora Presidente a Sra. Cristina Helena Zingaretti Junqueira com efeitos imediatos a partir desta data”, segundo o documento.

Em nota enviada ao Olhar Digital, o Nubank informou que as trocas no comando fazem parte de uma reorganização de sua estrutura no Brasil e que a “mudança é um passo natural para organizar a governança e apoiar a expansão internacional do grupo”.

Com isso, a engenheira com graduação e mestrado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, além de um MBA pela Northwestern University (Kellogg School of Management), passa a comandar o Nubank no Brasil cerca de oito anos após fundar o banco ao lado do colombiano David Vélez.

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Fachada do Nubank
Mudança no comando do Nubank deverá ser importante para reorganizar estrutura do banco no Brasil. Foto: Jo Galvao/Shutterstock

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Mudar para crescer

Os novos ares no comando do Nubank se consolidam em um momento importante para o banco digital. Mesmo diante da pandemia do coronavírus, a empresa conseguiu reduzir suas perdas em 26% (quase R$ 100 milhões) no ano passado, em comparação com 2019. Tratando-se de ganhos, as receitas do banco atingiram R$ 5 bilhões em 2020 e cresceram 79% na comparação com o ano anterior.

Além disso, o Nubank divulgou, em março, que o banco atingiu a marca de 35 milhões de clientes espalhados por todo o país. Isso significa que nos últimos doze meses a base de usuários apresentou crescimento superior a 50%.

Estes fatores, aliados às ampliações nas operações em países como México e Colômbia, indicam um crescimento acelerado do banco nos últimos anos — o que pode explicar, em parte, a atenção dada para uma reestruturação mirando voos ainda mais altos. E ao que parece, a ascensão do Nubank não deve ser freada tão cedo.

Via: Finsiders